A BRF anunciou no início do mês de abril que vai suspender os abates de frangos em sua planta de Carambeí, nos Campos Gerais, por cinco meses. A medida, que passa a valer a partir do dia 27 de maio, pegou produtores da região de surpresa. Agora, o clima entre quem fez investimentos altos para produzir e terá de deixar estruturas ociosas por praticamente meio ano, é de preocupação e apreensão.
Tiago Grombek está há dois anos com uma estrutura chamada de modal, que consiste em quatro aviários de 16 metros de largura por 150 metros de comprimento. O valor investido por ele foi de R$ 4,4 milhões na estrutura. A capacidade de alojamento é de 47 mil cabeças por barracão, ou seja, quase 190 mil aves por lote.
Mas a partir do fim do fim de maio, serão cinco meses sem nenhum frango no local. “Desde que eu comecei, na verdade, peguei apenas dois lotes regulares, com intervalos normais. Depois foi diminuindo a frequência. Em vez de alojar 8,3 lotes por ano, nesses dois anos inteiros tive 13 lotes. A gente fez o investimento para estar produzindo, não para estar parado.
Estamos apreensivos, esperando uma posição concreta, não sabemos se vai ser mesmo só cinco meses, isso está vago”, comenta. O presidente da Comissão de Avicultura da FAEP, Carlos Bonfim, revela que a unidade da BRF que vai ficar com atividades suspensas já chegou a abater 550 mil frangos por dia, do tipo Griller (produto voltado à exportação). Isso foi antes das operações da Polícia Federal (PF), entre elas Trapaça e Carne Fraca. Depois, segundo Bonfim, esse volume de produção vem oscilando, a ponto de agora estar em 260 mil por dia.
“Para atender a demanda de produção dessa planta de Carambeí, são em torno de 350 a 400 produtores em toda a região dos Campos Gerais e entorno. Fomos pegos de surpresa, não imaginávamos que isso aconteceria, estamos apreensivos. A princípio são cinco meses, mas não sabemos o que vai acontecer amanhã ou depois.
Temos problemas sérios, o que vamos fazer para honrar nossos funcionários nesse período?”, questiona. Bonfim revela que a empresa se prontificou a pagar uma indenização diária aos produtores durante o período de paralisação. Serão R$ 84 por dia aos avicultores que têm barracões convencionais, de 1200 m2, e R$ 420 por dia aos avicultores que têm núcleos fechados (modal), compostos por quatro barracões em um total de 9.400m2. “A indenização é muito importante, mas cobre apenas os custos de subsistência, o avicultor precisa viver nesse período”, pondera.
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Fonte: Sistema FAEP