A soja alcançou 68% da área colhida no Rio Grande do Sul, com 25% maduros e por colher e 7% em enchimento de grãos. A colheita segue intensificada, alcançando 920 mil hectares, favorecida pelo clima seco na maior parte dos dias. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (11/04), embora tenha interrompido a colheita, a chuva favoreceu a cultura, tanto as lavouras tardias em enchimento de grãos, como as lavouras prontas que apresentavam baixa umidade no grão.
No milho, a colheita atingiu 75% da área, evoluindo 5% em relação à semana anterior; 16% das lavouras estão maduras e por colher e 9%, em enchimento de grãos. Com a proximidade do final da colheita da soja, os produtores das regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial se preparam para retomar a colheita do milho, já que as lavouras que restam estão maduras e prontas para colheita.
Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, segue a colheita do milho, com produtividade média superando a expectativa inicial e chegando aos 8.072 quilos por hectare. As chuvas do meio da semana foram benéficas para as lavouras do milho safrinha, cujas plantas têm apresentado um bom desenvolvimento. No momento, é realizado o controle de pragas e iniciado o corte do milho para silagem.
No arroz, a colheita segue e atinge os 72% de área, com 25% maduras e por colher. As condições climáticas têm favorecido as lavouras cultivadas, possibilitando boas condições para complementar o período reprodutivo e a maturação. As produtividades médias têm sido consideradas muito boas, estando acima das 8 toneladas por hectare nas principais regiões, exceto nas lavouras na área Central do Estado, com média de 7 toneladas por hectare.
Restam apenas 2% da área de feijão primeira safra a ser colhida no Estado, concentrada na região dos Campos de Cima da Serra, onde as condições meteorológicas se mantêm favoráveis, proporcionando excelente qualidade dos grãos. Os rendimentos seguem ao redor de 2.500 quilos por hectare. Já em relação à segunda safra do feijão, 14% de lavouras foram colhidas, com bom potencial produtivo. Nas áreas cultivadas com sistemas de irrigação, há excelentes perspectivas de rendimento.
PASTAGENS – A semana se caracterizou pelo retorno das precipitações e pela redução do calor. superando as deficiências hídricas e favorecendo o rebrote do campo nativo e das pastagens perenes. Isso proporciona aos rebanhos boa oferta forrageira e favorece a implantação e germinação das pastagens de inverno, como aveia e azevém. A exceção a esse quadro geral ocorre na região Sul, especificamente no litoral, onde a estiagem prejudica a dessedentação animal e a produtividade das lavouras de grãos para a produção de silagem. Algumas áreas de campo nativo diferidas apresentam boa quantidade de forragem, porém, de baixa qualidade.
BOVINOCULTURA DE CORTE – O rebanho bovino apresenta boas condições corporais, resultantes de um verão com clima benéfico para a alimentação animal em quantidade e qualidade. Esse quadro permanece favorável, mesmo considerado o início do vazio forrageiro, quando os produtores ainda não dispõem de pastagem de inverno e o campo nativo já se encontra fibroso com menor qualidade.
Segue a realização de diagnósticos de gestação das matrizes inseminadas ou entouradas, sendo esperados bons índices de prenhez, devido às condições de clima e alimentação durante o período reprodutivo.
A produção de terneiros da safra anterior está sendo preparada para o período tradicional de feiras específicas de comercialização de terneiros. Os pecuaristas da região de Erechim, por exemplo, estão preparando os animais para participar de remates. Muitos produtores não pretendem castrar seus terneiros, tendo em vista que o comércio de exportação prefere terneiros inteiros.
PISCICULTURA Em todo o Estado, os piscicultores preparam os peixes para as feiras da Semana Santa e aumentam a atenção e o manejo dos açudes. Na maior parte dos municípios são organizadas feiras do peixe nos finais de semana e em propriedades onde ocorre despesca dos açudes e comercialização direta ao consumidor. As espécies mais comercializadas são tilápia, carpa, traíra, jundiá e lambari. No momento ocorre reserva de alevinos para povoamento após as despescas por conta da Páscoa.
APICULTURA – Com o final da floração das principais lavouras, reduz a oferta de alimentos para as abelhas, garantida então pelas espécies florestais e nativas em geral, o que motiva os produtores para uma recuperação da produtividade, já que o excesso de chuvas prejudicou um pouco a produção. Em Maçambará, o resultado de análise de abelhas e favos da localidade Serra do Iguariaçá, encaminhado pela Inspetoria Veterinária do município, apontou presença dos ingredientes ativos fipronil (inseticida) e estrobilurina (fungicida). Na região de Pelotas, a alimentação é oferecida com açúcar invertido ou xarope devido à oscilação da temperatura. Ocorre controle da varroa. Compradores estão encaminhando amostras de mel para análise devido à identificação de contaminantes como glifosato e amitraz.
Na região de Santa Rosa, está concluída a colheita. Há relatos de morte de enxames por parte da maioria dos apicultores. Estima-se uma média de 30 quilos por colmeia nas duas/três colheitas realizadas. Apicultores se organizam para a venda do mel. Na região de Soledade, a semana apresentou condições climáticas propícias para a apicultura, com intenso movimento das colmeias em função da floração abundante de espécies nativas (eucaliptos, vassouras, aroeiras, entre outras) nessa época do ano. Produtores fazem colheita do mel, preferindo fazê-la antes da redução da temperatura média.
Fonte: Emater