Ontem (18), o mercado do frango vivo surpreendeu mais uma vez. Porque, em plena segunda-feira e já na segunda quinzena do mês, propiciou novo ajuste de cinco centavos aos produtores paulistas e mineiros. Dessa forma, as negociações do dia foram efetivadas à razão de R$3,25/kg no interior de São Paulo e de R$3,30/kg em Minas Gerais.
Esse foi o quinto reajuste do mês em São Paulo e o quarto em Minas Gerais – todos de cinco centavos cada. Representam, em 30 dias, valorização de, respectivamente, 8,33% e 6,45%.
Comparativamente aos preços que vigoraram um ano atrás, em 18 de março de 2018, a cotação ora vigente em São Paulo é 35% superior, o que deixa a impressão de que o setor vem obtendo ganhos excepcionais. Não vem não. Porque valor nominal similar vigorou há quase três anos, entre os dias 11 e 25 de agosto de 2016. Ou seja: considere-se a inflação acumulada desde então (pelo menos 8,5%) e se concluirá que a remuneração atual não representa ganho algum.
Independente disso, o mercado tem levantado uma indagação. Porque, além de inusitada para o dia da semana e o período do mês, esta última alta, bem como as anteriores, estão ocorrendo em plena Quaresma, o que é ainda mais inusitado. Por quê?
Uma das explicações talvez esteja no fato de, três ou quatro meses atrás, o frango vivo não encontrar compradores suficientes para absorver toda a produção existente, o que implicou em vendas com grandes descontos (então, a diferença de preço do abatido para o vivo chegou a valores próximos de 75%). Ou seja: como gato escaldado, é provável que os produtores independentes tenham reduzido sensivelmente os volumes em criação. É, aparentemente, a principal determinante do atual momento de mercado, ocasião em que a diferença do abatido para o vivo cai para menos de 32%.
Fonte: Avisite