A Argentina passa a prever queda na produção de trigo depois das tempestades recordes que atingiram o cinturão de grãos. Principal fornecedor do cereal ao Brasil, o país vizinho prevê redução de sua oferta e deve faturar menos com a exportação, num ano em que o mercado global mostra-se saturado por safras abundantes na Europa Ocidental e na região do Mar Negro.
Grandes produtores, representados pela Sociedade Rural, estimam perda de 6% no trigo que acaba de ser plantado, após redução no cultivo diante de restrições internas à exportação. No Brasil, a colheita está começando e os estados produtores (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), que disputam o mercado interno no Sul, torcem por mais espaço na competição com o trigo argentino nas demais regiões brasileiras.
Existe risco de mais chuvas.
- Nós já tivemos chuvas para um ano e ainda estamos nos encaminhando para a primavera, que supostamente é a estação mais úmida – disse o triticultor argentino David Hughes.
Ernesto Ambrosetti, analista da Sociedade Rural, disse que chuvas recordes de 300 milímetros atingiram os pampas ao longo dos últimos dez dias.
6% do trigo da Argentina teriam sido consumidos pelo excesso de chuva dos últimos dez dias. A colheita vinha sendo estimada em 11 milhões de toneladas, ante 12,5 milhões registrados no ano passado.
Fonte: Gazeta do Povo Online