Apesar da previsão de queda na produção na nova safra, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) não prevê falta de produto no mundo. A entidade diz que a demanda global será completamente atendida pelos estoques que cresceram nos últimos anos.
- Não é esperada escassez no abastecimento do mercado mundial – diz a entidade.
Na manhã desta quinta-feira (20), a OIA anunciou que prevê déficit estatístico – demanda maior que a produção corrente – de 2,487 milhões de toneladas para a safra global 2015/16, que se inicia em outubro. Essa falta de açúcar será coberta pelos estoques existentes, que devem somar 85,938 milhões de toneladas no fim da atual safra 2014/15.
- A magnitude do déficit estatístico projetado não proverá alívio significativo para os grandes estoques acumulados nos últimos cinco anos – diz a entidade, que informa que cerca de 25 milhões de toneladas de açúcar foram adicionadas aos estoques globais em meia década.
Ao final da safra 2015/16, a OIA estima que o nível do estoque global do produto deve cair para 83,352 milhões de toneladas. Isso indica que o tamanho do estoque equivale a 48,1% do consumo da safra. Em 2014/15, essa proporção era de 50,7%.
- O patamar pode ser comparado com o nível mais baixo recente de 41,1% no começo do período de superávit na oferta na safra 2010/11 – diz o relatório da OIA.
No comércio exterior, a entidade prevê equilíbrio entre a oferta exportadora e demanda importadora. Para a OIA, a nova safra terá disponibilidade para embarque de 56,549 milhões de toneladas do produto, bem próximo da demanda de 56,450 milhões de toneladas. Na safra 2014/15, os volumes eram de 55,124 milhões de toneladas para exportação e de 54,474 milhões de toneladas para importação.
O relatório diz ainda que, assim como na safra anterior, o mercado global será fortemente moldado pelo rumo de dois dos maiores produtores: Brasil e Índia. Sobre os produtores brasileiros, a OIA diz que o real fraco.
- Torna ainda mais intrincada a equação do setor sucroalcooleiro – disse.
Sobre a Índia, a entidade diz que as exportações podem voltar a crescer de maneira expressiva, o que pode influenciar o mercado global.
As estimativas da Organização foram feitas com expectativa de clima neutro, mas o relatório destaca que os impactos do El Niño sobre a produção mundial de açúcar “continuam difíceis de prever”.
Fonte: G1