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MELHORIAS NO ARCO NORTE

O que parecia um projeto improvável ganhou contornos de realidade. Há alguns anos, um a um, os portos do chamado Arco Norte iniciaram a operação e se transformaram em mais uma opção logística para o agronegócio. Atualmente, o conjunto de terminais assume o posto de terceiro canal de embarque de grãos, com 11,1 milhões de toneladas de soja e milho em 2014. Em 2005 eram apenas 4 milhões de toneladas.

Esse avanço tem modificado, pouco a pouco, o mapa logístico de grãos do Brasil. Antes praticamente restritas aos portos de Santos e da região Sul, as cargas ganham cada vez mais espaço nos terminais da região Nordeste, exigindo atenção das estruturas portuárias da metade debaixo do mapa do Brasil.

- É preciso sempre estar preocupado com a concorrência. Paranaguá precisa ter um custo competitivo e eficiência nas operações para não perder carga – ressalta João Gilberto, da Rocha Top.

Recentemente, a empresa, que opera há décadas em Paranaguá, adquiriu uma operação de fertilizantes em Itaqui, em São Luís (Maranhão).

Apesar do cenário atual e dos investimentos em andamento, o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, não vê, ao menos no momento, o Arco Norte como uma ameaça.

- Santos e Paranaguá levaram 100 anos para ficar do tamanho atual. Não é do dia para noite que muda o sistema – afirma. O efeito do Arco Norte não acontecerá nos próximos dois anos. Talvez em quatro anos seja possível fazer um diagnóstico do escoamento – complementa.

Para o coordenador do Movimento Pró-Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira, a mudança de destinos dos grãos é evidente e o complexo paranaense precisa, desde já, se adequar.

- [Paranaguá] deve começar a se preocupar com o Arco Norte desde já. Daqui a quatro anos, as cargas para Paranaguá e São Francisco [em Santa Catarina] serão reduzidas. Arco Norte vai puxar muito – garante.

A expectativa é de que a estrutura do corredor de investimentos que passa por Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins, Maranhão e Bahia atinja capacidade de 70 milhões de toneladas nos próximos 10 anos.

Ainda segundo o executivo, à frente do Movimento formado por dez entidades, como Aprosoja, Acrimat e Famato, Santos, o principal porto do país, não sofrerá interferência direta do Arco Norte por conta dos investimentos realizados em ferrovias.

A ALL, que hoje movimenta 13 milhões de t de granéis agrícolas até o complexo santista, investe para dobrar a capacidade. “Santos não reduz”, garante Ferreira.

16,8 milhões
de toneladas por safra é a capacidade instalada de embarque de grãos da região Norte em 2015/16. A estruturação do chamado Arco Norte abre um corredor que liga os estados do Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins, Maranhão e Bahia.

10%
da safra brasileira de soja estão concentrados no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Nos últimos 20 anos, a área dedicada à oleaginosa na região cresceu 559%, enquanto a produção saltou 985%.

Fonte: Gazeta do Povo



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