O WhatsApp salvou os negócios de um jovem produtor da pequena comunidade rural de Riacho do Paulo, em Apuiarés,Ceará. Mailson Moreira Bezerra, de 25 anos, resolveu montar um projeto de avicultura para aumentar a renda da pequena propriedade da família, de 4,5 hectares. Mas o começo da atividade não foi bem como o esperado para o filho de agricultores familiares, e os resultados poderiam ter ido por água abaixo não fosse o aplicativo de mensagens.

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), Mailson pesquisou muito até encontrar uma atividade que tivesse bom mercado na região. A produção de ovos e aves caipiras surgiu como uma boa alternativa para o tamanho da propriedade, oferecendo baixo custo para implantação e retorno rápido.

Mailson montou um negócio com cerca de 200 aves de postura e 150 de corte. E fechou até uma parceria com um comprador, que ficaria com todos os produtos.

“Mas, quando chegou a hora da venda, a parceria não aconteceu, fazendo com que eu retornasse à estaca zero”, diz.

A saída foi começar a vender para amigos e conhecidos, mas a demanda não era suficiente para escoar toda a produção. Foi aí que ele começou a divulgar o negócio por meio do WhatsApp.

“Quando meus amigos começaram a compartilhar a minha divulgação para outros contatos, apareceram muitos clientes, o que resolveu um dos fatores que mais limitam qualquer negócio: a comercialização”, afirma o jovem.

Produção

Atualmente, cerca de 80% dos clientes de Mailson fazem seus pedidos através do WhatsApp, informa a Contag. E os clientes são todos do município de Apuiarés. A produção diária é de 100 a 120 ovos e, com o sucesso do empreendimento, a família já pensa em expandir o negócio.

“A proposta é que neste ano a gente possa aumentar o número de aves para ampliar a nossa produção, tendo em vista o aumento da demanda”.

Como Mailson atualmente é secretário da área de jovens do sindicato dos trabalhadores rurais do município e não pode ficar o tempo todo na propriedade, o restante da família também entrou para o negócio. Os pais ficam diretamente ligados à produção, cuidando das aves, enquanto o idealizador do projeto e as duas irmãs ficam mais responsáveis pelas vendas e pela divulgação do produto.

“Nós fazemos campanha, divulgamos a logomarca, enviando para amigos e possíveis compradores, e fazemos a entrega”, conta.

Mailson se formou há três anos como técnico em Agropecuária, e afirma que teve várias oportunidades de exercer a profissão, mas todas as propostas foram para trabalhar fora do seu município.

“Optei por ficar no meio rural e, junto com a minha família, empreender”, diz.

Um exemplo de que oportunidades de negócio e acesso a tecnologia podem contribuir para gerar renda e manter as novas gerações no campo.

Fonte: Canal Rural