Preço do gado magro está em alta e favorece vendedores de bezerros e novilhas, mas preocupa quem engorda o boi.
Com a melhora dos campos, muitos pecuaristas que engordam gado a pasto aproveitam o fim do ano para aumentar o rebanho, a chamada reposição. Em Mato Grosso do Sul, o preço dos animais é motivo de comemoração, mas também de preocupação.
Os criadores estão vendo sua margem de lucro subir. Em dezembro, o pecuarista Delcídio Baseggio, de Rochedo, região central de Mato Grosso do Sul, vendeu o último lote de animais a R$ 1,3 mil. O valor é considerado bom, levando em conta as negociações fechadas nos últimos dois meses.
“Eu vendi meus últimos bezerros a mais ou menos R$ 100 a mais por cabeça”, conta.
Na região de Campo Grande, o preço médio do gado magro, registrou em dezembro aumento de aproximadamente 10% em relação a novembro. As cotações variam dependendo da idade e peso dos bovinos.
A valorização está relacionada à maior demanda do mercado. O problema é que essa procura aquecida acaba refletindo no custo para quem engorda o boi.
É um efeito em cadeia que está gerando insatisfação para criadores, como o Jorge Tupirajá. Ele produz os próprios bezerros, mas sempre recorre aos leilões para completar os lotes de engorda. Neste mês, já pagou mais caro na última aquisição de novilhos.
“Nós pagamos agora R$ 1,3 mil. No mês de novembro, eu paguei R$ 1,2 mil. E esse valor vai impactar lá na frente, porque a arroba não aumentou. Ela permanece a mesma, R$ 135 para vaca ou novilha e de R$ 143 a R$ 145 para o boi. Então nossos preços fixos finais continuam os mesmos”, diz.
Fonte: G1