Duas palestras ministradas durante o Encontro Estadual de Empreendedores e Líderes Rurais, na manhã desta sexta-feira (14), giraram em torno de um assunto pulsante e atual: o uso de novas tecnologias no campo. Em consonância com o tema desta edição do evento – “Líderes rurais e agricultura digital” – as apresentações abordaram as revoluções tecnológicas ocorridas ao longo da História e analisaram o atual estágio de transformações, apontando que o novo desafio do produtor rural é utilizar as novas ferramentas digitais para otimizar as condições de produção.
Primeiro a subir no palco, o geógrafo e consultor de agronegócio Abimael Cereda Júnior destacou que, desde a pré-História, o planeta vem sendo movido por transformações, que se consolidam a partir das mudanças de técnicas e de tecnologias. “Fala-se muito de inovações, mas a inovação não é algo de hoje. Tecnologia é você usar as melhores condições técnicas disponíveis no seu momento histórico. Então, do arado ao trator autônomo, o agro sempre foi tec”, disse Cereda Júnior.
Segundo palestrante, Arthur Igreja não tem dúvidas de que estamos vivendo um período de transformação digital. Ele exemplificou sua tese, citando o desenho animado “Os Jetsons”, de 1962, em que os personagens usavam dispositivos de vídeo para se comunicar e tinham carros voadores. Na avaliação do especialista, tudo isso, hoje, já é realidade ou está perto de se tornar verdade. Igreja mencionou, por exemplo, telechamadas feitas a partir de smartphones e do projeto do Uber de, a partir de 2020, usar drones para transportar pessoas – como no desenho da tevê.
“Alguém tem dúvida da transformação que a gente está passando? A gente vive hoje as coisas que, até ontem, pareciam absurdas”, resumiu Igreja, que integra a plataforma AAA e que se consagrou por palestras em eventos, como o TEDx Brasil.
Produtividade
Para Cereda Júnior, a tecnologia, em si, não é a variável mais importante desta equação moderna, mas sim o que o domínio das novas técnicas e seu uso podem gerar de positivo aos produtores rurais. Ele menciona que conceitos como geoprocessamento e agricultura de precisão, cada vez mais, vão fazer parte das propriedades e que a gestão inteligente – com base no levantamento e cruzamento de dados – já é imprescindível.
“Mais do que o fetiche da tecnologia, a grande questão é o que eu vou fazer com os produtos informacionais que essas tecnologias nos proporcionam. É como eu vou usar isso para melhorar minhas condições de produção”, apontou Cereda Júnior. “A gente pode ser o maior produtor de tecnologia para o campo do mundo”, acrescentou.
Com visão parecida, Igreja trouxe projeções que apontam que em 2050 o planeta vai ter mais de 10 bilhões de habitantes – “10 bilhões de bocas para serem alimentadas”. Neste contexto, o desafio do agronegócio vai ser produzir mais, em uma mesma área de plantio. Ele apontou que as novas tecnologias vão ser determinantes, principalmente, para ajudar o produtor na tomada de decisões certas e na ampliação da efetividade da produção.
“A tecnologia já está ajudando o ser humano a tomar decisões. Nos últimos anos, tivemos um implemento da área plantada de soja de 200%, mas a saída, a produtividade foi ainda maior: de 373%. Este é o desafio: aumentar a eficiência por meio da tecnologia, da técnica”, concluiu.
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Fonte: Sistema FAEP