Até outubro, a importação de lácteos totalizou 121,6 mil toneladas. Na comparação com igual período do ano passado houve recuo de 17,9% no volume adquirido. A despesa caiu 21,3%, somando US$384,78 milhões.
O principal produto comprado foi o leite em pó. O Brasil adquiriu, neste período, 77,3 mil toneladas, num total de US$219,84 milhões.
Os maiores fornecedores, em valor, foram a Argentina e o Uruguai, com 53,2% e 38,0%, respectivamente, ou seja, mais de 90% do total.
Na comparação ano a ano, o volume de leite em pó caiu 15,5% e os gastos foram 26,0% menores.
Apesar da redução nos dez primeiros meses em relação ao ano anterior, o volume importado cresceu no segundo semestre.
Entre julho a outubro o país comprou 46,4% mais em volume que igual período de 2017. No entanto, a cotação do quilo caiu 11,3%.
A queda no preço aconteceu devido a desvalorização cambial em nossos principais fornecedores, Argentina e Uruguai, fato que deixou o produto importado mais competitivo frente ao nacional.
Cabe o destaque de que as cotas de exportação de leite em pó argentino para Brasil já não existem e, o consumo interno no país vizinho tende a cair em função da elevada inflação, que afetou o poder aquisitivo da população. Este fato pode deixar um excedente de produção e o Brasil deve ser uma alternativa de escoamento.
Exportação
Com relação as exportações, até outubro, o embarque de produtos lácteos somou 17,4 mil toneladas. Na comparação com igual período de 2017, houve uma queda de 41,2% no volume embarcado.
O faturamento caiu 46,9%, totalizando US$44,27 milhões.
O principal produto exportado foi o leite em pó, perfazendo 7,8 mil toneladas e faturando US$15,72 milhões.
A Venezuela, que foi a principal importador em 2017, não ocupa mais as primeiras colocações, que foi tomado por países africanos.
Destaque também para a abertura de novos mercados. Em 2017, o Brasil exportou leite em pó para 34 países e em 2018 foram 50, até outubro.
Considerações finais
A expectativa é de incremento das importações em novembro e dezembro, comparativamente com o mesmo período do ano passado.
No entanto, apesar de um segundo semestre comprador, 2018 deve fechar com volume inferior ao importado em 2017.
Cabe a ressalva que apesar de crescente (safra), a produção brasileira de leite (matéria-prima) deverá fechar 2018 próxima à registrada no ano anterior, ou seja, sem excedentes.
Outro ponto de atenção diz respeito ao câmbio, que influencia na balança comercial de lácteos, cuja volatilidade foi anormal este ano devido às incertezas político-econômicas.
Para 2019, a conjuntura não deverá ser diferente, e a projeção é de que a balança comercial de lácteos continue negativa.
Fonte: Scot Consultoria