No Brasil existem mais de 26 milhões de cabeças das duas espécies, sendo 16 milhões de ovinos (ovelhas, carneiros e cordeiros) e 14 milhões de caprinos (bodes, cabras e cabritos). A ovinocaprinocultura têm se destacado na pecuária brasileira. Grande parte do rebanho caprino encontra-se no Nordeste, com ênfase para Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará. A ovinocultura também é expressiva no Nordeste, especialmente nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Rio grande do Norte e, em outras regiões, nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Carne, leite e lã estão entre os principais produtos da ovinocaprinocultura, apresentando potencial para a produção de carnes nobres, queijos finos e lã de qualidade, muito valorizados no mercado. Com todo esse potencial, a cadeia brasileira tem muitos desafios pela frente, com destaque pela urgente e fundamental organização entre todos os elos, privados e públicos.
Para debater estratégias para o setor, diante de dificuldades de se atingir contínua produção com qualidade, gargalos na comercialização e a situação ociosa dos frigoríficos e no intuito de elaborar uma agenda setorial para a cadeia produtiva, representantes da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR); dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC); da Integração Nacional (MI); Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES); Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa); Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); Associação Brasileira de Criadores de Ovino (Arco); consultores e representantes de frigoríficos se reuniram nesta segunda-feira (10/08) no MDIC, em Brasília.
O maior problema atual, conforme o representante do MDIC, é a informalidade do abate, quando a carne do animal é vendida na porteira da fazenda e não nos frigoríficos sob inspeção. No entanto, também faltam à cadeia produtiva do setor maior competitividade, profissionalismo (mão de obra qualificada), produção (o índice é baixo), padrão de segurança alimentar e qualidade (irregularidade na oferta), comprometimento entre os agentes do processo; além de estímulo ao consumo da carne.
Segundo o MDIC, hoje o rebanho no Brasil está em 20º lugar para a produção de caprinos e 18º para a de ovinos. O País não chega nem a 10% da produção da China, líder de mercado com 175 milhões de cabeças/ano, tanto de caprinos quanto de ovinos. O consumo per capita brasileiro ainda é pequeno (0,59 Kg/ano) e 45% da carne consumida é importada do Uruguai.
De acordo com representantes dos frigoríficos, 95% dos animais abatidos estão na informalidade, prejudicando a comercialização e a atuação de qualidade, afetando o comércio. Eles afirmam que a indústria não se sustenta por falta de oferta de matéria-prima.
Características da carne: alta digestibilidade, elevados níveis de proteínas, alto valor biológico, complexo B, cálcio, ferro, zinco, ômega 3, potássio, rica em HDL, o colesterol bom, e possui propriedades anticancerígenas.
Produtos comercializados: leite, queijo, sebo, lã, cosméticos, vísceras e esterco.
Fonte: Assessoria de Comunicação CNA