A agropecuária recebeu este ano do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mais do que o comércio e a indústria. Dos R$ 43,6 bilhões que o banco de fomento liberou entre janeiro e setembro, R$ 9,4 bilhões foram para o campo. O desembolso ao setor só ficou abaixo do segmento de infraestrutura, que abocanhou 40,3% do total. A fatia dos empréstimos para a agropecuária vem crescendo nos últimos cinco anos, saltando de 9% em 2014 para 21,5% este ano.
“A participação do agronegócio acompanha o crescimento do setor na economia como um todo”, explica Caio Barbosa Alves de Araujo, chefe do Departamento de Canais de Distribuição e Parcerias, que gerencia a área de crédito rural. Cerca de 85% dos recursos distribuídos, ligados ao Plano Safra, vão para pequenos e médios produtores; para as agroindústrias, no máximo 15%.
Rapidez. A plataforma BNDES Online tem contribuído para esses resultados. Lançada em julho de 2017, reduziu de 10 dias para apenas 3 segundos o prazo médio de aprovação de financiamentos. O que antes era feito por pessoas agora é analisado por softwares e algoritmos. Até setembro, 64% de todas as operações do banco foram contratadas pelo sistema. A meta é chegar ao fim de 2018/19 com 100% das operações do agro digitalizadas.
Sem reserva. Para 2019, o BNDES minimiza o risco de concorrência de outras instituições financeiras no crédito para máquinas agrícolas, em função da queda da taxa Selic.
“Não queremos ter reserva de mercado. Outras fontes podem inclusive contribuir para a maior eficiência de nossas operações”, dizem técnicos do banco. Tampouco se comentam, por ora, possíveis mudanças decorrentes do novo governo. O entendimento é o de que o banco de fomento tem implementado “políticas de Estado”, de longo prazo, e que o agronegócio, especificamente, vem fazendo jus ao crédito ofertado.
Fonte: União dos Produtores de Bioenergia