O plantio da soja foi intensificado na maioria das regiões e atinge 10% da área projetada para esta safra. As lavouras semeadas apresentam boa germinação, emergência e ótimo estande de plantas. Somente nas áreas com maior umidade, evoluiu pouco, como no Médio Alto Uruguai. Já nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e no Noroeste Colonial, as áreas utilizadas com pastagens para os bovinos de leite, que apresentam menor resíduo de culturas e solo mais denso, possibilitaram o avanço da semeadura. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (01/11), ainda é significativo o movimento por parte dos sojicultores para aquisição dos insumos, mas a partir desta semana começa a reduzir a procura em relação à elaboração de projetos de crédito para custeio.
No milho, a semeadura do primeiro plantio já está encerrada nas regiões do Planalto Médio e Alto Uruguai. Nas demais regiões produtoras, a implantação avança e atinge no Estado 68% da área prevista para esta safra. As lavouras do cedo se encontram em desenvolvimento vegetativo (60%), com seis folhas abertas, receptivas à adubação nitrogenada e iniciando a floração (6%). O padrão das lavouras é muito bom, favorecido pelos dias ensolarados, temperaturas altas durante a tarde e amenas à noite, e livre de pragas e doenças. Lavouras com uniformidade de crescimento. Os produtores beneficiados com sementes do Programa Troca-troca estão sendo visitados para repasse de orientações sobre a cultura.
No feijão 1ª safra, há ainda poucas áreas a serem implantadas no Estado, especialmente na Zona Sul, no Vale do Rio Pardo e no Alto da Serra do Botucaraí. As demais já se encontram em fases mais adiantadas de desenvolvimento. As áreas de produção comercial dos Campos de Cima da Serra, que realizam a semeadura num período intermediário entre as duas safras da leguminosa, ainda não foram trabalhadas para a cultura do feijão, o que deverá ocorrer a partir de meados de dezembro.
Mesmo com o avanço da semeadura do arroz no Estado, que já atinge 64% da área prevista para esta safra, em algumas zonas da Fronteira Oeste e Campanha ocorre um pequeno atraso, em decorrência do inverno chuvoso, mas a expectativa é de conclusão do plantio das lavouras até o final da próxima semana. Nas demais áreas, o plantio deve ocorrer até o final de novembro. As barragens apresentam volumes elevados, que devem garantir a irrigação para o período necessário à cultura.
CULTURAS DE INVERNO
Segue a colheita das culturas de inverno, como do trigo, que já atinge 48% da área, restando apenas o Planalto Médio e o Alto da Serra do Botucaraí para iniciá-la. Atualmente, 41% das lavouras estão maduras e por colher, 10% em enchimento de grãos e 1% em floração. Os primeiros rendimentos estão variados, conforme os danos provocados pelos eventos climáticos. A forte incidência de doenças fúngicas, como giberela, septória e brusone, está levando à redução da produtividade e à perda de qualidade do produto. Tal fato está determinando que os triticultores recorram ao Proagro em parte das operações financeiras. A qualidade do produto colhido varia entre 76 e 78 de pH, (abaixo de 78 inviabiliza o aproveitamento para a industrialização), e a avaliação qualitativa dos grãos apresenta baixa força de glúten (W).
A colheita da aveia branca está encerrada nas lavouras destinadas para grãos e sementes na região Noroeste, e em final de colheita nas regiões Centro-Norte e Planalto, com produtividade e qualidade dos grãos bem abaixo do esperado.
A qualidade da cevada também foi prejudica pelas condições climáticas desfavoráveis, que ocasionaram severo ataque de doenças fúngicas nas espigas (septória e giberela). A maioria das cargas retiradas das lavouras é destinada para forragens, com valor abaixo do esperado pelo produtor, que recorre ao Proagro.
A canola está em final de colheita no Norte do RS. Na região Noroeste, já está finalizada, com produtividade média de cerca de 1,5 t/ha. Nas demais áreas do Centro-Norte, a lavoura de canola apresenta produtividade média um pouco abaixo da esperada, mas melhorando nas últimas lavouras em colheita, demonstrando produtividade final mais elevada. A qualidade em geral varia de regular a boa.
HORTIGRANJEIROS
A semana foi de condições favoráveis à horticultura No Vale do Rio Pardo e no Alto da Serra do Botucaraí. As culturas a campo e em ambientes parcialmente protegidos intensificam o desenvolvimento. Cultivos sem irrigação foram favorecidos pela ocorrência de chuva leve.
As lavouras de cebola e coentro para produção de sementes no município de Hulha Negra estão com bom desenvolvimento vegetativo, favorecidas pelo clima das últimas semanas. A venda de mandioca embalada a vácuo tem se intensificado na região e tem sido uma boa alternativa de renda para diversas famílias.
Milho verde – Toda área já foi plantada no Vale do Taquari, encontrando-se em desenvolvimento vegetativo inicial. Já no Litoral Norte, os produtores de milho verde para venda nas praias já realizaram adubação nitrogenada em algumas parcelas. O avanço do plantio está gradativo e lento sobre as áreas cultivadas com olerícolas. O preparo do solo está dificultado pelas chuvas constantes. O plantio do milho é feito em etapas para sempre ter a oferta do produto.
FRUTÍCOLAS
Citros – Com as últimas frutas colhidas da bergamoteira Montenegrina, do tangor Murcott e da laranjeira Valência, chega ao fim a safra de citros de 2018 na região do Vale do Caí. Esta safra iniciou em abril, com a colheita da bergamota Satsuma, continuou com a colheita das cultivares precoces de bergamoteiras e laranjeiras e agora culmina com a colheita das cultivares tardias. A safra transcorreu sem eventos climáticos extremos que pudessem prejudicar a produtividade dos pomares.
Com o fim da colheita das bergamotas e laranjas, a única fruta cítrica que ainda será colhida em 2018 até o início da próxima safra é a lima ácida Tahiti, o popular limão da caipirinha, que tem floração e colheita durante todo o ano.
CRIAÇÕES
Bovinocultura de corte – No sistema de produção baseado em pastagem natural, o período de calor, luz e umidade tem levado alguns animais mais fragilizados a apresentarem quadro de tristeza parasitária, devido à baixa imunidade e ao aumento da carga parasitária que se desenvolve de forma acentuada nessas condições. Praticamente todo o gado já foi retirado das pastagens de inverno nas áreas destinadas ao cultivo da soja; assim os espaços para a pecuária ficam reduzidos, sendo possível faltar alimentos para o rebanho.
Apicultura – Abelhas em intenso período de forrageamento; apicultores colocam melgueiras e fazem desbloqueio de ninho. A expectativa é de uma alta produção nessa safra. Apicultores fazem também a troca de quadros velhos, a fim de possibilitar favos novos para indução de maior postura da rainha. As floradas estão intensas neste período de primavera, provocando aumento de produção das colmeias, principalmente nas que tiveram alimentação suplementar. Devido ao aumento da florada e entrada de pólen na colmeia, rainhas aumentam a postura. Recomenda-se aos apicultores realizar o manejo de ninho claro a fim de liberar espaço para a postura da rainha. Observa-se boa entrada de pólen; abelhas operárias chegam ao alvado com as corbículas cheias de pólen.
Fonte: Emater