O Brasil tem hoje oito usinas fabricando etanol a partir do milho, entre unidades flex e exclusivas, e a estimativa é que, em no máximo, três anos mais cinco unidades estejam operando, revelou Ricardo Tomczyk, presidente da União Nacional do Etanol de Milho (UNEM), durante painel, realizado nesta terça-feira (30), na Conferência DATAGRO.
Segundo o dirigente, a estimativa é que a produção brasileira de milho atinja 850 mil metros cúbicos em 2018, a partir do processamento de dois milhões de toneladas do grão, sendo 1,5 mi tons somente do Mato Grosso.
“Com as novas unidades que já estão sendo construídas, devemos saltar para uma produção anual de etanol de 1,6 milhão de metros cúbicos, provenientes do esmagamento de quatro mi tons de milho.”
O dirigente também pontuou, que a cadeia produtiva do etanol de milho contempla, ainda, outros produtos, como o DDGs – farelo de elevado valor proteico destinado à alimentação animal -, geração de eletricidade e o óleo.
“Uma tonelada de milho resulta em 420 litros de etanol, 300 quilos de DDGs e 18 litros de óleo.”
Biometano
Alessandro Gardemann, presidente da ABiogás, falou sobre outra fonte de energia renovável oriunda de base agrícola – o biometano a partir do biogás -, que vem avançando no País.
Segundo ele, o Brasil é uma potência em transformar biomassa – resíduos de culturas agrícolas, como a cana; dejetos de animais, etc., em energia limpa.
“O potencial brasileiro estimado de biometano é de aproximadamente 80 milhões de metros cúbicos por dia, o que equivale ao consumo atual do País de gás natural.”
De acordo com o dirigente, o biometano é, por exemplo, uma ótima solução ambiental e econômica para substituição do diesel no transporte pesado.
“Temos tratores e caminhões rodando com biometano sem perda de eficiência.”
Também palestrante no painel, Martin A. Mitchell, gerente de desenvolvimento de negócios para as Américas da Clariant, exemplificou a evolução do etanol de segunda geração, apresentando diversas plantas da empresa pelo mundo, mencionando que o Brasil também tem tudo para ser o líder global nesta categoria de biocombustíveis.
Fonte: União dos Produtores de Bioenergia