Após três baixas de cinco centavos em apenas quatro dias de negócios, ontem (23) o frango vivo comercializado no interior paulista manteve a cotação do dia anterior, R$3,10/kg, mas muitas vendas continuaram sendo efetivadas por preços inferiores. Porque, em essência, os frigoríficos compradores procuram minimizar as quedas de preço do frango abatido e, para isso, controlam a oferta indo minimamente às compras do frango vivo. Ou, então, ofertando no mercado de aves vivas parte de sua produção própria.

As baixas podem surpreender, porque prevalecia a expectativa de manutenção do preço do frango vivo. Porém, elas apenas acompanham a curva sazonal de preços do setor. Explicando, na média dos últimos 23 anos (1995 a 2017), a cotação do frango vivo no mês de outubro apresenta ligeiro recuo (queda de, aproximadamente, meio por cento) em relação a setembro. E embora os dados atuais não sejam definitivos, tudo indica que o recuo observado neste mês ficará dentro dessa margem.

Também se pode considerar que, a despeito de todos os sucessivos desafios enfrentados, o frango vivo encerrará 2018 mantendo o comportamento sazonal. Até aqui (quase 10 meses de 2018), o produto registra preço médio 6,1% superior ao do ano passado, 1,4 pontos percentual acima do acréscimo médio (+4,7%) observado na curva sazonal. Deve-se considerar, no entanto, que esse adicional está sendo influenciado pelo maior valor alcançado pelo frango vivo como efeito do movimento caminhoneiro (junho passado).

De toda forma, o que mais importa é que, após quatro meses de preços bem abaixo da média sazonal, o setor – graças à readequação da produção a uma menor demanda – retornou à curva tradicional (isto, antes mesmo que os efeitos da greve se abatessem sobre o setor) e, desde então, obtém preços que se mantêm ligeiramente acima da curva.

Fonte: AVISITE