“No primeiro dia do roteiro pelo Paraná, a Expedição Safra encontrou produtores correndo contra o tempo nos Campos Gerais. A pressa era para aproveitar o sol, que voltou no domingo (21), depois de uma semana de chuva. As colheitadeiras tiram o que resta do trigo, enquanto as plantadeiras semeiam a soja.
O plantio de soja começou entre o fim de setembro e o início de outubro nos Campos Gerais, que atrás do Oeste e do Noroeste, é a terceira região que mais produz oleaginosa no estado. “Aqui na região, o plantio ganha ritmo a partir do dia 20 de outubro”, diz o presidente do Sindicato Rural de Ponta Grossa, Gustavo Ribas. De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, apenas 20% dos quase 600 mil hectares de soja da região foram semeados. No estado, o plantio já ultrapassa os 50%. “Alguns produtores de Tibagi, com um clima um pouco mais quente, plantaram antes. Mas em Ponta Grossa, a soja é plantada um pouco mais tarde. Eu mesmo estou com a programação da soja convencional um pouco atrasada. A transgênica está dentro do cronograma”, complementa.
“Segundo Ribas, a expectativa para região é de safra cheia. “O clima deve colaborar”. O presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos dos Campos Gerais, Rulian Berger, observa que a chuva abundante não trouxe apenas benefícios. Algumas plantas vão ter atraso de desenvolvimento. “Aproximadamente 5% da soja plantada deve ter sofrido o impacto das chuvas”. Mesmo assim, Berger acredita que a região terá uma safra cheia. “Mesmo se houver um ou outra perda em produtividade, o aumento de área vai compensar os danos”, assinala.
O produtor Luiz Alberto Mendes concorda. Com 170 hectares de soja em Ponta Grossa, ele espera repetir o mesmo desempenho do ano passado: 70 sacas por hectare. “Se conseguir o mesmo está bom. Mas o investimento é para mais”, conta. Na lavoura dele, o plantio começou no fim de semana. “Estamos apostando em boas chuvas”, torce.
Nas contas de Mendes, o custo de produção aumentou neste ano, por causa do dólar. Ele conta que os insumos e defensivos foram comprados com o câmbio acima dos R$ 4. “Por isso não fiz nenhum contrato antecipado neste ano. Vou esperar por preços melhores. Mas acima de R$ 85 a saca, é possível ter lucro”, diz. “Os custos aumentaram entre 15% a 20%, em média. Muita gente comprou os insumos com o dólar elevado. E agora, na hora de vender a soja, o preço está caindo. Eu fiz vendas no mercado futuro acima de R$ 90 por saca, hoje o mercado futuro está em R$ 77. Uma diferença brutal”, diz Gustavo Ribas, que neste ano está plantando 600 hectares de soja.
Fonte: Agronegócio Gazeta do Povo.
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