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ACORDO COMERCIAL É BEM VISTO POR AGRICULTORES AMERICANOS

Agricultores norte-americanos comemoram o novo acordo comercial entre os Estados Unidos (EUA) e os vizinhos México e Canadá, em uma revisão do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta, na sigla em inglês). Na manhã desta segunda-feira (1/10), o governo norte-americano anunciou a assinatura pelos três países do Acordo Estados Unidos-Canadá-México (USMCA, na sigla em inglês) que reduz as barreiras comerciais entre os países fronteiriços.

Anteriormente ao anúncio, produtores norte-americanos temiam que a estratégia de negociação dura do governo Donald Trump acentuasse os prejuízos econômicos do setor. O USMCA deve levar cada país a remover, ou pelo menos reduzir, as tarifas sobre as exportações entre os países, que acabam prejudicando os preços norte-americanos de carne de porco, queijo, entre outros alimentos.

“O significado de se chegar a um acordo com o México e o Canadá não pode ser exagerado”, disse Casey Guernsey, um fazendeiro e porta-voz do Missouri para a Americans for Farmers & Families, um grupo comercial. “Enquanto estou ansioso para aprender os detalhes, espero que o Congresso aproveite esse momento positivo para trazer este importante acordo para a linha de chegada”, acrescentou Guernsey.

Se aprovado pelos legisladores de cada país, o novo pacto traria um alento para empresas como a Cargill Inc., a Archer Daniels Midland Co. (ADM) e a Tyson Foods Inc. e grupos industriais como a American Farm Bureau Federation e a National Pork Producers Federation. As empresas de alimentos e os produtores dos EUA vem acumulando, nos últimos tempos, perdas nas suas receitas decorrentes dos conflitos comerciais em que o país está envolvido. Somente os preços por atacado da carne suína caíram 15% no acumulado do ano.

As exportações de produtos agrícolas para o México caíram 3% nos primeiros seis meses de 2018 em relação ao ano anterior, enquanto as exportações para a China caíram 18%, de acordo com o USDA. Esses países são os dois maiores mercados estrangeiros para as exportações agrícolas dos EUA.

Para o próximo ano, o USDA projeta um resultado ainda pior, estimando uma redução de cerca de 40% nas vendas agrícolas dos EUA para a China, para US$ 12 bilhões. Já a renda agrícola líquida dos EUA neste ano cairá 13%, para US$ 66 bilhões, projetou o USDA, perto da baixa de 14 anos de 2016.

Desde que as tarifas retaliatórias foram impostas sobre commodities e produtos agrícolas norte-americanos, os agricultores se mobilizaram pela revogação do fim do Nafta. “Ter, novamente, um acordo comercial entre os três países é apenas um ajuste natural”, disse Larry Mussack, que planta e soja em 2.100 acres perto de Decatur, Nebraska. Para Mussack, a revisão do Nafta pode simbolizar que o governo Trump está disposto a resolver disputas envolvendo também a China e a União Europeia (UE).

No entanto, os criadores de animais ainda estão reticentes com o estilo de negociação de Trump, que causou danos à reputação dos processadores de carne norte-americanos. Além de que, há temores também na recuperação de antigos compradores, já que estes buscaram novos fornecedores no mercado.

O México e o Canadá se tornaram pilares essenciais de demanda e fornecimento para a indústria alimentícia e agrícola americana desde a entrada do Nafta em 1994. As exportações agrícolas dos EUA para o Canadá e o México mais do que quadruplicaram nesse período para US$ 39 bilhões.

O pacto permitiu que as empresas comprassem produtos agrícolas canadenses para processar nas plantas dos EUA, e incentivou os agricultores dos EUA a expandir as colheitas e a produção de gado, à medida que a crescente classe de consumo do México gasta mais em carne e alimentos processados. O Nafta facilitava ainda a venda de um terço das exportações de carne suína dos EUA e mais da metade de todas as exportações de vegetais dos EUA, de acordo com o Departamento de Agricultura do país (USDA).

Fonte: Globo Rural



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