O Brasil tem o 9º maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. Grande parte desse sucesso ocorre por consequência das riquezas produzidas pelo agronegócio. Este setor, por sua vez, é um dos que mais depende do sistema logístico. Com os preços das commodities agrícolas definidas pelas grandes bolsas de valores no plano internacional, para manter nossa produção viável é preciso que o transporte dentro do país seja o mais eficiente possível. O Estado brasileiro como um todo, no entanto, está longe de conseguir dar conta sozinho da missão de manter o Brasil como player competitivo nesse sentido.
Não é nenhum mistério que boa parte das nossas estradas, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos estão defasados. Levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) de 2017, por exemplo, aponta que 61,8% das rodovias brasileiras estão em condições ruins ou péssimas. No Paraná, o panorama é bem melhor, mas ainda há 24,4% de estradas ruins ou péssimas. E fica fácil de entender o porquê de estarmos nesse cenário quando se olha para a média mundial de investimentos em infraestrutura. Entre todos os países, o índice médio chega a 5% do PIB, conforme números da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, o índice não chega a 2%.
Para Antonio José Correia Ribas, engenheiro civil e ex-presidente da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná (Agepar), não há como pensar em um futuro logístico para o Brasil que inverta essa lógica de baixos investimentos sem a ajuda da iniciativa privada. “Nossas rodovias hoje estão completamente defasadas, de idade e de condição. Se você pegar as nossas maiores estradas, elas foram feitas em sua maioria na década de 1960. Hoje, você precisa de retificações, precisa fazer duplicações e aí onde é que está o dinheiro? Os governos não têm recursos para isso, porque é muito caro construir, então é preciso apelar para a concessão. Infelizmente, essa é a saída, não tem outra. Porque a área privada tem mais condição de captar dinheiro. E isso não só nas rodovias, vale também para outros modais”, aponta.
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Fonte: Sistema FAEP