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COTAÇÕES DA SOJA E ALGODÃO

A alta taxa de câmbio vem exercendo grande influencia sobre a formação dos preços em Mato Grosso, garantindo várias janelas de bons preços, à soja, cujo plantio se inicia em cerca de 40 dias no Estado, bem como ao algodão. Seu forte impacto observa-se tanto no mercado spot, à vista para soja, como no mercado futuro para as duas commodities, impulsionando as negociações em um momento em que as cotações na Bolsa de Chicago (CME/CBOT), para a soja, não estão elevadas quanto em anos anteriores. Conforme análise do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a valorização da moeda norte-americana tem sustentado os preços no mercado local e ampliando os ganhos em reais dos produtores.

- Para se ter noção da importância do dólar sobre o cenário futuro, estimando-se duas paridades de exportação para março/16, uma com base no dólar atual e outra com base no dólar de março a julho de 2014, e todas as outras variáveis idênticas às atuais, nota-se cenários bastantes distintos – afirmam os analistas.

Se o dólar estivesse nos níveis de 2014, a paridade (preço para exportação) de março/16 finalizaria julho com preço R$ 16,11/sc inferior ao atual.

- Nota-se que enquanto as cotações externas são mantidas em ‘banho-maria’ na CBOT, próximas de US$ 9,5/bushel, o dólar está conseguindo trazer momentos de sorriso ao produtor e à economia de Mato Grosso – disse. 

O reflexo do dólar pode ser observado nas vendas para entrega futura da soja, bem como do algodão. Das 28,37 milhões de toneladas estimadas para pelo Imea para a soja 2015/16, cerca de 20% estavam negociadas até o final de julho, contra 7% em junho. A variação mensal é de mais de 12 pontos percentuais (p.p) e basicamente alicerçada pelo avanço dos preços. No mesmo período de 2014, havia 4,6% da estimativa vendida.

- A do dólar pesou consideravelmente para isso, algo que não foi visto para os preços a termo (entrega futura) da mesma época de 2014. Os cenários atuais, sobretudo para as cotações da próxima safra, estão conseguindo impulsionar as negociações, com julho trazendo bons ventos ao mercado interno – afirmou.

Conforme balanço do mercado, o dólar acumulava até o início deste mês alta de 31% em 2015.

Conforme o boletim da Soja divulgado na última segunda-feira, a saca registrou cotação média de R$ 55,47 na última semana de julho de 2014 e passou a R$ 57,57 na última semana de julho deste ano. Na semana anterior, entre 20 e 25 do mês passado, a média era de R$ 57,09, variação semanal de 0,83%. Ao observar o comportamento dos preços externos, em CBOT, fica nítido o peso favorável do dólar na formação de preços no mercado interno. Conforme dados do Imea, na última semana de julho de 2014 a cotação para março/16 encerrou com média de US$ 10,99/bushel (padrão de medida norte-americano que equivale a 27,21 quilos) e no mesmo período desse ano US$ 9,47/bushel.

A ressalva para a alta do dólar é com relação aos insumos. O sojicultor que está ainda em compras está encontrado preços majorados.

- Não é novidade que o custo de produção da nova safra da soja tem sido uma das preocupações dos produtores mato-grossenses, apresentando-se como o maior da história. O custo ponderado total até junho da safra 15/16, era de R$ 2.882,94/ha, 17% superior ao da 2014/15 – disse ele. 

A pluma – No algodão, a variação cambial positiva estimulou o início das vendas para entrega futura da pluma da safra 2015/16. Cotonicultores em plena colheita no Estado já fazem contas e começam a vender parcelas da produção que só será colhida daqui a um ano. Como sublinham os analistas da fibra, há algum tempo o dólar vem se mostrando um aliado dos cotonicultores brasileiros, ao trazer oportunidades de maiores rentabilidades e competitividade em um cenário de raros momentos em que o mercado internacional por si só foi capaz disso. Ao se considerar a situação atual, com as últimas valorizações do dólar elevando-o para a casa dos R$ 3,40 e o preço externo na Bolsa de Nova Iorque (ICE) para julho/16 em US$ 0,64/libra-peso, a cotação do algodão em Mato Grosso ficou em torno de R$ 72,70 por arroba (@).

Valor que possibilita uma margem positiva para quem tem a intenção de realizar travas de preços para a safra 2015/16, a qual tem seu ponto de equilíbrio em R$ 68,94/@. O ponto de equilíbrio econômico é o momento quando despesas e lucros se igualam, qualquer valor de venda para a saca ou para arroba abaixo ou acima desse referencial vai indicar ganhos ou perdas ao produtor.

- O câmbio deverá ser o principal vetor das próximas variações nas cotações da pluma mato-grossense –  afirmou.

O momento tem sido interpretado como muito bom aos cotonicultores já que mais de 24% da produção estimada para 2015/16, em 890 mil toneladas de pluma, estavam vendidos de maneira inédita no mês de julho. O volume registrado pelo Imea foi antecipado em pelo menos dois a três meses.

Fonte: Diário de Cuiabá



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