Novembro de 2017 foi um mês difícil de esquecer na suinocultura nacional. Na ocasião, a Rússia, principal compradora de carne suína brasileira, anunciou um embargo ao produto. Naquele ano, os russos foram responsáveis pela compra de quase 40% de toda carne suína brasileira colocada no mercado internacional. Isso já seria ruim por si só, mas veio junto com uma série de percalços nos cenários interno e externo, como a greve dos caminhoneiros, instabilidade do dólar, tabelamento do frete e aumento global na produção da proteína. O resultado tem sido implacável com os produtores: um mercado interno saturado, com preços baixos, que obriga boa parte do setor a trabalhar no vermelho.
Com a saída da Rússia, a queda nas exportações é praticamente certa. Matheus Andrade, consultor de comércio exterior da Barral MJorge, calcula que o volume vendido ao exterior deve fechar em torno de 620 mil toneladas em 2018, contra quase 700 mil toneladas no ano passado. Neste cenário pouco favorável, o especialista, no entanto, sinaliza uma boa notícia. Uma movimentação vem ocorrendo para redirecionar o suíno brasileiro a outros países e amenizar os problemas (veja o gráfico). “Esse é um momento para rever as oportunidades que os grandes compradores nos abrem. Nós temos o produto, mas precisamos trabalhar para derrubar eventuais barreiras que existem”, explica.
O especialista cita países como México, Coreia do Sul e outros do continente asiático como alternativa para o crescimento da venda da proteína (ver gráfico dos maiores exportadores). “É fundamental começar a exportar para o México. Ainda, a China é um mercado que deve absorver mais carne suína nos próximos anos. O olhar do mundo como um todo está se deslocando para Ásia. Países até então pouco incluídos no radar, como Tailândia, Filipinas e o próprio Vietnã têm possibilidade de crescer em participação nos próximos anos. Enquanto isso, não podemos perder de vista mercados como Chile e Argentina, por causa da nossa posição geográfica”, aponta.
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Fonte: Sistema FAEP