cafe_2

CAFÉ: PRESSÃO NOS PREÇOS

A média mensal do Indicador CEPEA/ESALQ do café arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, ficou em R$ 421,14/saca de 60 quilos, em queda de 4,1% em relação ao mês anterior e de 15% quando comparado a agosto do ano passado. O valor foi o menor desde janeiro/14, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI de julho/18). 

Segundo os pesquisadores do Cepea, o andamento da colheita recorde no Brasil e a forte desvalorização do Real pressionaram os valores da variedade. O indicador chegou a fechar abaixo dos R$ 410/saca de 60 kg em agosto. 

Eles comentam que devido à forte queda das cotações internas, grande parte dos agentes se manteve retraída e os negócios seguiram em baixo ritmo durante quase todo o mês. “Muitos produtores se concentraram principalmente nas entregas já programadas, realizando negócios no físico apenas conforme a necessidade.”  

Do lado comprador, agentes consultados pelo Cepea apontaram que a recente onda de calor nos países do Hemisfério Norte, os maiores compradores do café brasileiro, pode ter influenciado uma redução na demanda. 

Os relatos de campo dão conta que a colheita de café arábica da temporada 2018/19 entrou na reta final em agosto. “Apesar das chuvas no início do período, que atrasaram as atividades de campo, o tempo firme no restante do mês favoreceu a colheita da variedade.”  

No geral, o balanço desta safra indica volume e qualidade superiores aos da temporada passada (2017/18). Na Mogiana (SP) e no Sul e Cerrado Mineiros, a maior parte dos produtores consultados pelo Cepea já realizava as varrições em agosto, sendo que, até a última semana do mês, restavam cerca de 10% da produção para ser colhida em cada região. 

Alguns lotes de cafés novos destas praças apresentavam bebida e aspecto inferiores, devido às precipitações, do início do mês, mas, no geral, esta temporada registra grande volume de grãos de maior qualidade, dizem os pesquisadores. 

Na análise mensal de agosto, os pesquisadores comentam que as cotações do café robusta também seguiram em queda no mercado doméstico, ainda pressionadas por desvalorizações externas e pela maior oferta da variedade no Brasil, devido à colheita volumosa deste ano.  

O Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 319,25/saca de 60 kg em agosto, quedas de 3,9% frente à de julho e de 28,3% em relação à de agosto/17 (valores reais deflacionados pelo IGP-DI de julho/2018). Para o tipo 7/8 bica corrida, a média foi de R$ 312,11/saca, baixa de 3,6% no comparativo mensal e de 28,5% no anual. 

No mercado brasileiro, apesar de a liquidez interna do robusta ter sido maior que a do arábica em agosto, muitos vendedores ainda estiveram afastados do mercado, à espera de recuperação dos preços.  

No campo, após a finalização da colheita de robusta, a atenção dos produtores se voltou ao desenvolvimento da temporada 2019/20. As chuvas de agosto, além de auxiliarem na recuperação dos cafezais após os trabalhos de campo, foram suficientes para a indução de uma boa florada no Espírito Santo e em Rondônia. 

Os agentes consultados pelo Cepea indicavam que, em agosto, as flores correspondiam a quase 80% das lavouras capixabas, e nas praças rondonienses variavam de 80 a 100% dos cafezais. “Com o clima mais favorável à variedade nas duas últimas safras, e com a retomada dos tratos culturais no Espírito Santo, o bom potencial produtivo deve ser mantido na próxima safra 2019/2020.” 

Fonte: Globo Rural



avatar

Envie suas sugestões de reportagens, fotos e vídeos de sua região. Aqui o produtor faz parte da notícia e sua experiência prática é compartilhada.


Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.