Continente Africano corresponde a 11,2%, Ásia & Oceania 19% e México & América Central a 14% da produção mundial.
Os países produtores de café da África, nesta safra de 2017-2018, atingiram um volume equivalente a 17,63 milhões de sacas de 60kg, número que representa um acréscimo de 5,3%, se comparado com o mesmo período anterior. Tal performance positiva é atribuída principalmente ao crescimento verificado nos dois maiores países produtores do Continente – Etiópia e Uganda.
Com base nesses dados, constata-se que na Etiópia a produção cresceu constantemente nos últimos cinco anos-safra, e, com isso, a atual será de 7,65 milhões de sacas, volume que corresponde a um incremento de 4,8% em relação à anterior. Em Uganda, a produção de café, depois de experimentar uma queda na safra 2015-2016, aumentou ligeiramente na safra seguinte e, na atual, estima-se que crescerá em torno de 2,8% e atingirá 5,l milhões de sacas de 60kg. Como a produção mundial de café da safra 2017-2018 está estimada em 158 milhões de sacas de 60kg, constata-se que a de todos os países do Continente Africano corresponderá a 11,2% desse volume.
Entretanto, a despeito de ter ocorrido um crescimento na produção da Etiópia, se for estabelecido um comparativo do mês de junho de 2017 com o de 2018, constata-se que as exportações desse país caíram 14,8%, o que representa 0,4 milhão de sacas. Nesse mesmo contexto, registra-se ainda que também houve uma queda mais expressiva nas exportações de Uganda, em torno de 25,6%, cujo volume foi de apenas 0,32 milhão de sacas. Em contrapartida, em relação à Etiópia, no período de outubro de 2017 a junho de 2018, em comparação com o desempenho dos nove meses do mesmo período anterior, constata-se que houve um aumento de 7,4% nas exportações, as quais atingiram volume equivalente a 2,66 milhões de sacas. E, neste mesmo período, em Uganda houve uma redução de 2,7% nas vendas ao exterior, ao atingir 3,2 milhões embarcadas.
Esses dados da performance da produção e exportação de café na África constam do Relatório sobre o mercado de Café – julho 2018, da Organização Internacional do Café – OIC, o qual está publicado na íntegra no Observatório do Café, do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café. Referido Relatório traz ainda como destaques dados atualizados do desempenho da cafeicultura da Ásia & Oceania, México & América Central, entre outras regiões produtoras.
No caso específico da Ásia & Oceania, conforme a OIC, a produção deverá aumentar em torno de 7,9% e atingir 48,44 milhões de sacas, ou seja, 2,2% abaixo do recorde de produção alcançado no ano cafeeiro de 2015-2016. Entretanto, vale registrar que esse volume corresponde a aproximadamente 30% da produção mundial.
Quanto ao Vietnã, país maior produtor de café dessa região, o Relatório registra que ele colherá mais que o dobro da Indonésia, segundo maior produtor da região. Com isso, a produção vietnamita da safra 2017-2018 foi estimada em 29,5 milhões de sacas, volume que representa um incremento de 15,5% em relação à safra anterior, e de 19% da produção mundial. Entretanto, a safra da Indonésia será 5,1% menor que a anterior, com 10,9 milhões de sacas, devido ao manejo inadequado das lavouras e, mais que isso, alguns cafeicultores substituíram o café por outros produtos agrícolas.
Em relação às exportações do Vietnã, apenas no mês de junho de 2018, segundo dados deste Relatório sobre o mercado de Café, elas deverão atingir 2,58 milhões de sacas, número bem superior aos 1,92 milhão de sacas de junho de 2017. Assim, calcula-se que nos nove primeiros meses da safra 2017-2018, as exportações aumentaram em torno de 19,4%, ao atingir 21,98 milhões de sacas. Em contrapartida, as exportações da Indonésia diminuíram 32,6%, pois somaram apenas 4,14 milhões de sacas, no período ora em destaque. Além disso, mesmo com menor produção, o consumo interno da Indonésia tem aumentado nos últimos anos, o que provocou redução nas exportações.
Conforme ainda a OIC, a produção do México & América Central está estimada em 21,92 milhões de sacas, volume 7% acima da safra 2016-2017, safra que equivale em torno de 14% da mundial. Quanto à de Honduras, país que exibe uma taxa anual de crescimento médio em torno de 16,4% desde 2013-2014, fator que deverá permitir que alcance um volume de 8,35 milhões de sacas nesta safra em curso. Por fim, o Relatório sobre o mercado de Café – julho 2018 também destaca que haverá aumento na produção de 5,8% no México, a qual passará de 4 milhões de sacas; e, na Guatemala, estima-se um aumento de 3,1%, cuja safra será de 3,8 milhões de sacas.
No mesmo contexto de análises dessa importante região produtora de café, a OIC destaca que, depois de quedas nos cinco anos-safra anteriores, haverá aumento de 13,7% na produção da Costa Rica, país que atingirá 1,56 milhão de sacas. Entretanto, haverá uma queda de 2,9% na produção da Nicarágua, que será de 2,5 milhões de sacas, cujo volume deverá ser o segundo maior que se tem registro nesse país. Especificamente, em relação a Honduras, as exportações tiveram uma queda de 6,9% em junho de 2018 – se comparado com o período anterior -, e, ainda, no período de outubro de 2017 a junho de 2018, as exportações também caíram 1,7%, pois foram embarcadas 5,76 milhões de sacas.
OIC - Instituição representativa da cafeicultura mundial, da qual o Brasil é país-membro, que congrega 76 países produtores e consumidores de café e administra o Acordo Internacional do Café. No contexto do Acordo, a Embrapa Café, por meio do Comitê Diretor do Acordo Internacional – CDAI/CDPC/Mapa, participa da análise, discussão, aprovação e gestão das ações, projetos e programas relacionados às questões do mercado mundial do café.
Texto: Embrapa