A ‘fraca’ chuva que atingiu algumas cidades da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam), na noite de segunda-feira (30), foi insuficiente para suprir o déficit hídrico das lavouras de inverno – principalmente o trigo- na região. Ou seja, o pouco volume de água apenas amenizou o problema, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral), núcleo de Campo Mourão.
A chuva caiu bastante irregular na Comcam. Em Araruna, por exemplo, foram registrados 15 milímetros, Barbosa Ferraz (12 mm); Campo Mourão (8mm); Goioerê (5mm); Iretama (7mm); Roncador (3mm); Engenheiro Beltrão (7mm); e Campina da Lagoa (3 mm). “Realmente a chuva foi muito fraca e insuficiente para resolver o déficit hídrico das lavouras”, assinalou Anderson Roberto dos Santos, do Deral.
A expectativa dos produtores rurais fica por conta da previsão de chuva volumosa para o próximo domingo (5): 35,5 mm. Caso contrário, o cenário para o trigo fica ainda mais preocupante, já que na região 30% das lavouras se encontram no estágio de floração, uma das fases mais críticas da planta. As demais áreas, 70% da cultura estão na fase vegetativa.
Conforme o Deral, em algumas áreas da Comcam, produtores rurais já preveem perda de produção, o que deverá ser confirmado na colheita. “A expectativa é que as previsões de chuvas para os próximos dias realmente se confirmem para resolver a escassez hídrica que está comprometendo o potencial produtivo das lavouras”, ressaltou Santos. De acordo com dados do Instituto Simepar, a última chuva significativa registrada na região ocorreu no dia 13 de junho (53 milímetros). Nos dias 27, 28 e 29 foram registradas chuvas de pequena intensidade que totalizaram apenas 9 milímetros.
Área de trigo
A área de trigo na Comcam teve um crescimento de 10% este ano em relação a 2017. Foram plantados em 2018 110 mil hectares do cereal contra 100 mil em 2017. A produção prevista para este ano é de 295 mil toneladas, volume 48% maior que o ano passado, quando foram colhidas 200 mil toneladas.
Os bons preços também estão animando os produtores. A cotação da saca de 60 quilos de trigo na região disparou 42% desde o início do ano, saindo de um patamar de R$ 35,00 em janeiro para R$ 50,00 em julho, segundo o Deral.
A alta está relacionada à incerteza quanto às políticas de tabelamento de fretes, além de refletir em uma menor oferta de trigo no mercado mundial decorrente de perdas climáticas em grandes países produtores como Ucrânia, Rússia e Austrália. No entanto, a expectativa dos produtores fica por conta da incerteza se os bons preços se mantêm até a colheita.
Fonte: Tribuna do Interior.
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