A taxa básica de juros foi mantida em 6,5% ao ano pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), em decisão anunciada nesta quarta-feira (1/8). Em comunicado, a autoridade monetária informou que a manutenção da Selic foi voto unânime dos integrantes do Copom.
“Indicadores recentes da atividade econômica refletem os efeitos da paralisação no setor de transporte de cargas, mas há evidências de recuperação subsequente. O cenário básico contempla continuidade do processo de recuperação da economia brasileira, em ritmo mais gradual do que aquele esperado antes da paralisação”, diz o comunicado.
Segundo o Comitê de Política Monetária, a greve dos caminhoneiros refletiu nos índices de inflação, mas a visão é a de que esses efeitos sejam temporários. A expectativa para a inflação ainda seguem em níveis considerados baixos, incluindo nos ítens que sofrem o impacto da política monetária adotada pelo Banco Central.
Com base na pesquisa semanal Focus, em que a autoridade monetária consulta analistas do mercado financeiro sobre suas projeções para a economia, o Copom informa que as expectativas de inflação para este ano e para 2019 estão em 4,1%. Para 2020 e 2021, o número está em 4%. Para a taxa de câmbio, o cenário é de cotação do dólar em torno de R$ 3,70 tanto para 2018 quando para o ano que vem.
Em meio ao cenário para a inflação, o Banco Central considera, de um lado, o risco de manutenção da inflação em níveis baixo e alta ociosidade, que podem levar a uma trajetória abaixo do esperado. De outro, se a expectativa em relação às reformas for frustrada, o risco é de elevação dos preços, situação que pode ser agravada por uma piora da situação de economias emergentes.
“Esse risco se intensifica no caso de deterioração do cenário externo para economias emergentes. O Comitê julga que esses últimos riscos permanecem em níveis mais elevados”, diz a nota.
Em relação à situação externa, o Copom considera que houve uma “acomodação”, mas ressalta que a situação ainda é de atenção. Os integrantes do Comitê de Política Monetária avaliam que o principal risco é o da “normalização” de taxas de juros nos países ricos. Mencionam também as incertezas no comércio global.
Fonte: Revista Globo Rural