O plantio de soja no Brasil na safra 2018/19, a partir de setembro, deve crescer 3 por cento, para um recorde de pouco mais de 36 milhões de hectares, conforme preços atrativos e uma demanda global consistente estimulam os produtores do maior exportador global da oleaginosa, disse nesta terça-feira a Datagro.
“Se isso realmente for confirmado, será o 12º ano consecutivo de aumento na área plantada com soja no Brasil”, afirmou o chefe do setor de grãos da consultoria, Flávio França Júnior, em teleconferência online.
Pelas previsões preliminares da Datagro, a produção potencial para o ciclo é de cerca de 121 milhões de toneladas, também uma marca histórica, após aproximadamente 118 milhões de toneladas em 2017/18.
Além da demanda fortalecida, em especial por parte da China, e de cotações remuneradoras, em meio à apreciação do dólar, França Júnior também citou o limitado interesse dos produtores por culturas alternativas, como milho e algodão, e um cenário de preços atrativos em 2019 como fatores para a perspectiva de maior semeadura.
Algumas incertezas, porém, devem limitar a expansão de área, incluindo custos de produção maiores, indefinições com fretes e instabilidade cambial durante o período de eleições, que coincide justamente com a tomada de decisão do produtor quanto ao plantio de soja.
“Esse dólar a 3,70, 3,80 reais não é uma taxa de equilíbrio. Se tivermos um candidato pró-reformas avançando nas pesquisas, essa taxa de câmbio vai perder… Tem risco bastante alto de plantarmos com uma taxa de câmbio alta e, quando formos negociar, no ano que vem, termos uma taxa muito baixa”, destacou o analista da Datagro.
Fonte: Reuters