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Clima bom e safra recorde da soja brasileira elevam exportações

Aumento da produtividade nas plantações, clima favorável e colheita da maior safra da história da soja brasileira impulsionaram as exportações do agronegócio neste ano e devem manter o setor em alta.

O país quer avançar ainda mais no comércio mundial, com a expectativa de se tornar o líder na produção de soja, ultrapassando os EUA.

No primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou US$ 49,5 bilhões em grãos, carnes, celulose e outros produtos agrícolas, o que representou 44% do comércio exterior brasileiro.

É o maior valor registrado para o período desde 2013 e alta de 3% sobre o total exportado em igual período de 2017.

Até o final deste ano, as vendas para o mercado externo devem chegar a US$ 99 bilhões, segundo projeção do Ministério da Agricultura, a partir do crescimento já visto no acumulado até junho e desde que mantidas as condições climáticas favoráveis.

“O Brasil deve colher a segunda maior safra de grãos já registrada na sua história. São 228,5 milhões de toneladas, com desempenho recorde da soja, o que tem forte impacto na balança comercial de agronegócios”, diz Sávio Rafael Pereira, secretário-substituto de política agrícola do ministério.

A área total de plantio de grãos está estimada em 61,6 milhões de hectares, extensão recorde semeada no país nos últimos 40 anos. No ano passado, foram 60,9 milhões.

O Nordeste se destaca, com 5,5% de incremento de área plantada, e maiores avanços em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Com o incremento da área plantada e da produtividade, o Brasil, que já é o maior exportador de soja do mundo, deve desbancar os EUA e se tornar também o maior produtor da commodity a partir da próxima safra (2018/2019), segundo estimativa do departamento de agricultura americano.

“O consumo chinês cresce entre 3% e 4% ao ano, e a produção dos EUA deve se estabilizar neste ano. Existe uma grande oportunidade para o Brasil avançar”, afirma Alan Malinski, assessor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).

A expectativa é colher até dezembro ao menos 118,9 milhões de toneladas de soja, volume recorde e 4,2% superior à safra passada. As exportações devem chegar a 72 milhões de toneladas, contra 68 milhões em 2017.

Além das condições climáticas, a soja brasileira foi favorecida pelos preços no mercado internacional, pela alta do dólar e pela quebra da safra argentina, cuja produção foi afetada por uma forte seca.

O país vizinho deixou de exportar ao menos 20 milhões de toneladas de soja, fatia ocupada pelos brasileiros.

“Houve incremento na quantidade, mas também reconhecimento da alta qualidade da soja brasileira, produzida com critérios ambientais e biotecnológicos de ponta”, diz Pedro Henriques Pereira, assessor técnico de Relações Internacionais da CNA.

Pereira afirma ainda que o volume de exportações não deve sofrer grandes efeitos da greve dos caminhoneiros de maio passado.

“Os contratos de compra e venda devem ser cumpridos. O que pode ocorrer é o atraso na entrega, e, nessas situações, produtores e exportadores costumam cortar suas margens de lucros, pagar fretes mais caros e multas.”

O agricultor Rodrigo Toniello, 31, planta soja há seis anos e é um dos que esperam se beneficiar da alta nos preços. “A supersafra levou os preços a patamares de cinco, seis anos atrás. Agora, espero uma melhora nas margens de lucro.”

Sua plantação, na cidade de Guaíra, interior de São Paulo, é feita em uma área de 250 hectares dividida entre soja e cana-de-açúcar. Toda a produção de soja vai para exportação por meio de uma cooperativa, e a cana é vendida para usinas de Bebedouro (SP).

Mesmo com o bom desempenho do agronegócio, a CNA alerta para a necessidade de buscar novos parceiros comerciais. “Hoje, 37% das exportações do país estão centralizadas na soja e 35% do total exportado vai para um único país, a China”, explica Pereira, da CNA.

Acordos com Coreia do Sul, México, Canadá e União Europeia para incrementar a exportação do setor estão na lista de prioridades do governo e de entidades setoriais.

A CNA também capacita produtores de várias regiões para processar mais produtos internamente e, assim, diversificar a pauta de exportação brasileira, segundo Pereira.

Fonte: Folha de S.Paulo.

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Fonte: Sistema FAEP



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