Pela primeira vez uma cooperativa paranaense firma bandeira em solo gaúcho. Modelo para o Brasil, o sistema cooperativo do Paraná faturou mais de R$ 50 bilhões no ano passado. Gigante do cooperativismo, a C.Vale que arrecadou quase 10% desse montante – somando R$ 4,64 bilhões em negócios, assumiu as operações de 26 unidades da Marasca Comércio de Cereais – uma das maiores cerealistas do Rio Grande do Sul, que faturou R$ 1,2 bilhão em 2014, conforme levantamento da Revista Exame.
Depois de ampliar a área de atuação para Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Paraguai, a C.Vale vai levar aos produtores rurais gaúchos a gestão do cooperativismo paranaense.
- Estamos tomando pé da situação, se familiarizando com o sistema gaúcho e o sistema da Marasca. Sempre vamos respeitar a cultura do Estado. Todas as condições feitas aos associados da C.Vale vamos estar estabelecendo lá, e o agricultor gaúcho vai gostar da C.Vale – antecipa o presidente da cooperativa, Alfredo Lang.
A C.Vale atua na área de grãos, insumos, leite, suínos, frango e mandioca. O termo de parceria entre as duas partes prevê a possibilidade de a cooperativa ampliar a oferta de produtos e serviços aos agricultores que vinham sendo atendidos pela Marasca na área de grãos, sementes e insumos.
- Todos ganham: os paranaenses e os gaúchos. Vai pra lá a experiência nossa de longos anos (mais de 50 anos de atuação) em diferentes estados em que atuamos. Vamos aprender também, mas vão ter algumas coisas que vão ser boas pra eles também – avalia Lang.
Conforme a assessoria de imprensa da C.Vale, a cooperativa arrendou a Marasca por 10 anos, com possibilidade de prorrogação do arrendamento por mais 10 anos e também opção de compra. Os valores da negociação não foram divulgados, mas pelo faturamento da Marasca, que tem um dos maiores recebimentos entre as cerealistas do RS e atende 3,5 mil agricultores, dá para imaginar que os números são expressivos. Nesta semana, o diretor da Marasca, Vitor Bento Marasca, e o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, estão se reunindo com agricultores da empresa para comunicar a parceria operacional, que pode ser o princípio de uma futura aquisição.
Curiosamente, a Marasca que surgiu em Tapera/RS, iniciou as atividades em Cruz Alta (atual matriz), após o fechamento da Cotricuz (Cooperativa Tritícola de Produtores Cruzaltense Ltda) e ampliou seus negócios oferendo crédito e serviços aos produtores do município que ficaram sem apoio.
