Há mais de 40 anos o Paraná busca o fim da vacinação contra a febre aftosa. O motivo é simples. Com o reconhecimento de Zona Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, a carne paranaense, independentemente da cadeia, poderá acessar mercados que pagam mais, que hoje estão fechados devido a vacinação.
Para o diretor presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio fonso Kroetz, o pleito do Paraná para seguir o calendário do Bloco I irá permitir que o Estado obtenha o reconhecimento junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) em 2021. Algo estratégico para todos os elos da cadeia produtiva, conforme destaca o dirigente na entrevista a seguir.
Boletim Informativo – Quais as vantagens para o Paraná de obter o status de área livre de febre aftosa sem vacinação?
Inácio Kroetz – Ter o reconhecimento internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação é o reconhecimento de um serviço veterinário de excelente qualidade. Não é apenas um diploma, esse título representa o coroamento de um trabalho que se fez em todos os programas de saúde animal e que permite assegurar que a região que pleiteia esse reconhecimento internacional cumpriu todas as etapas, todos os programas e pode também garantir a sua sustentabilidade. Chegar ao título de área livre não é tão difícil quanto parece, o que é um pouco mais profundo e deve ser muito bem avaliado é a sustentabilidade desse título, pois uma vez retirada a vacinação, esta condição deverá ser mantida, com segurança. A sustentabilidade econômica, administrativa e técnica da defesa agropecuária paranaense se faz em parceria com todos os atores que dependem de uma certificação sanitária que permite o comércio no Estado, no País e para exportação. Essa certificação se lastreia nos resultados da vigilância, fiscalização do Serviço Veterinário Estadual junto com o Serviço Federal. Mas a grande parte das ações preventivas tem início nas boas práticas de produção e manejo dentro das propriedades, na base, na produção primária.
BI – O Paraná tem condições de pleitear este status e depois mantê-lo?
IK – Considerando os resultados de auditorias e supervisões, disponíveis na Adapar, nós acreditamos que sim. Em janeiro deste ano tivemos uma auditoria promovida pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) nos moldes preconizados pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) que verificou a capacidade e a qualidade do nosso serviço veterinário como um todo; programas, estrutura, capacidade técnica, financeira e administrativa. Solicitamos, especificamente para o PNEFA (Programa Nacional de Erradicação de Febre Aftosa) uma auditoria no segundo semestre deste ano para verificar com mais profundidade a possibilidade de atingir a meta de não vacinar mais a partir de maio de 2019. Isso será possível se houver interesse econômico, se tiver suporte político, e uma estratégia adequada. Tecnicamente nós esperamos que isso seja possível, e é isso que vai ser verificado mais profundamente na próxima auditoria do Mapa. Aí então o governo poderá, junto com as diversas cadeias de produção de proteína animal de interesse, definir se é adequado, ou não, suspender a vacinação de bovinos e búfalos contra febre aftosa, após 31 de maio de 2019. Temos que lembrar que todas essas atividades econômicas absorvem gente, investimentos, geram renda, ajudam a fixar o homem no campo, no desenvolvimento de cidades, regiões. Esse escoamento gera divisas ao Estado e para ilustrar citamos que, só com a exportação de carne de frango, no ano passado ingressaram mais de US$ 2,5 bilhões na economia paranaense.
Leia a entrevista completa no Boletim Informativo.
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Fonte: Sistema FAEP