A atual safra de trigo está praticamente semeada, com exceção de áreas pontuais no Planalto e Campos de Cima da Serra, o que não preocupa os agricultores, pois nessas regiões o período favorável se estende até o final deste mês, havendo tempo hábil para a finalização. De acordo com o Informativo Conjuntural elaborado pela Emater/RS-Ascar, é boa a formação inicial das lavouras, com stand de plantas recomendado, emergência uniforme e crescimento inicial rápido, com as lavouras implantadas em desenvolvimento vegetativo. Técnicos alertam que, em casos pontuais, algumas lavouras têm apresentado plantas com entrenós longos e pouco perfilhamento, folhas estreitas e coloração mais amarelada devido a períodos prolongados de pouca luminosidade.
A cevada está nas fases de germinação e desenvolvimento vegetativo, com as primeiras lavouras implantadas em elongação e início de floração, com os tratos culturais, controle de invasoras e aplicação de nitrogênio em cobertura em algumas áreas prejudicadas pelo excesso de umidade no solo.
A canola, visualmente, está bem instalada, com bom aspecto fitossanitário. A cultura mantém-se em desenvolvimento vegetativo, floração e já em enchimento de grãos no Noroeste do RS. Produtores avaliam como positivo o desenvolvimento da cultura, apesar da dificuldade de controlar gramíneas espontâneas, como azevém e aveia. Esta dificuldade decorre da baixa insolação, que diminui a atividade metabólica das plantas e pode comprometer a ação dos herbicidas. No Planalto, lavouras estão prejudicadas pelo excesso de umidade.
FRUTÍCOLAS
Pêssego – Produtores de pêssegos da região Sul seguem a limpeza dos pomares com roçadas manuais e mecanizadas, intensificando as atividades de poda de inverno com mão de obra familiar (estão podados 66% dos pomares) e os tratamentos de inverno com as caldas bordalesa e sulfocálcica. Segue o encaminhamento dos projetos de custeio para a próxima safra, com a realização de reuniões para abordar a situação da próxima safra e as iniciativas para a normatização e regulação do rótulo das conservas de pêssego dos tipos especial e extra.
CRIAÇÕES
Pastagens – As baixas temperaturas, a nebulosidade e as geadas têm prejudicado a oferta e a qualidade das forragens, dificultando a rebrota do campo nativo e exigindo a suplementação mineral para que o rebanho metabolize o pasto fibroso. Alguns pecuaristas estão suplementando animais e fazendo ajustes de lotação nos potreiros. Na região da bacia leiteira, as pastagens estão prejudicadas devido à alta umidade do solo, e os animais “estragam” a pastagem devido ao pisoteio em solo muito encharcado. Assim, o período de pastoreio é diminuído e aumenta o consumo de silagem, ração e feno para compensar o baixo crescimento das pastagens. Porém, os agricultores devem estar atentos aos custos de produção para a época do ano, pois a possível escassez de alimento amplia a necessidade de conservado e de concentrados, ambos de custo mais elevado, quando comparado ao alimento volumoso.
Pesca artesanal – Na região de Pelotas, o período é de defeso da Laguna dos Patos. No município de Rio Grande, a colônia de Pescadores Z1 já encaminhou os pedidos de seguro defeso para os pescadores, que é de um salário mínimo mensal por quatro meses, e os pescadores seguem aguardando o recebimento. Já no município de Pelotas, em 11 de julho foi realizado o primeiro dia de campo do projeto Brasil Sem Miséria (BSM) III para pescadores e quilombolas. Na Lagoa Mirim, os pescadores seguem preocupados com o baixo volume de peixe capturado e também com o baixo preço pago. Na região de Santa Rosa, pescadores relatam que a disponibilidade de peixes é razoável e esperam que a turbidez da água mantenha-se no nível atual.
Fonte: Emater/RS