O governo Trump está trabalhando em medidas que protegem a agricultura e outras indústrias consideradas críticas para o país das tarifas de retaliação que estão sendo ameaçadas pela China em meio a uma crescente disputa comercial entre os dois países, disse o conselheiro comercial do presidente Trump, Peter Navarro.
Navarro afirmou a repórteres na terça-feira que o secretário da Agricultura, Sonny Perdue, e outros membros do governo estão levando em conta o impacto potencial das tarifas retaliatórias sobre vários setores e fazendo provisões. A administração está trabalhando em medidas que apoiarão os produtores, segundo ele. “Posso assegurar-lhe que não estamos despreparados.”
Na segunda-feira, Trump escalou um conflito comercial com a China, pedindo a seu governo que identificasse uma nova lista de US$ 200 bilhões em bens chineses que seriam penalizados com tarifas de importação. A medida veio após as tarifas aplicadas na semana passada sobre US$ 50 bilhões em importações chinesas para os EUA, destinadas a punir a China por alegações de práticas comerciais desleais.
Pequim, em contrapartida, está impondo tarifas retaliatórias em duas etapas, escolhendo quantidades e datas semelhantes às anunciadas pelos EUA. Em 6 de julho, a China cobrará US$ 34 bilhões em tarifas sobre produtos dos EUA, de 545 categorias, desde soja, carne suína, frango e frutos do mar até veículos utilitários esportivos e veículos elétricos.
Os bens agrícolas foram escolhidos para atingir os Estados norte-americanos que apoiaram Trump alguns meses antes de eleições legislativas nos EUA, de acordo com pessoas com conhecimento do plano de Pequim.
A China planeja implementar tarifas sobre outros US$ 16 bilhões em bens dos EUA, disse o Conselho de Estado. A data de início para as tarifas desses produtos, incluindo produtos químicos, carvão, petróleo e dispositivos médicos, será anunciada mais tarde, segundo o conselho. Aviões comerciais, motores de aviões e outros equipamentos de aviação foram deixados de fora da lista.
Navarro disse que Trump está disposto a continuar as negociações com a China enquanto procura uma solução que corrija o desequilíbrio na balança comercial entre os dois países. Ele acrescentou, no entanto, que a administração agora está tentando fazer a China mostrar sua boa vontade por meio de ações. “A China tem muito mais a perder do que nós”, disse Navarro. “Nossas linhas telefônicas estão abertas. Elas sempre estiveram abertas … O presidente está disposto a conversar com alguém a qualquer momento sobre isso.”
Fonte: Revista Globo Rural.
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