Em caráter de urgência, entidades gaúchas da cadeia produtiva de proteína animal formalizaram documento com solicitações referentes à recuperação financeira do setor após a paralisação nacional dos caminhoneiros. Os pedidos serão entregues pelo secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul, Odacir Klein, ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e ao governador do Estado, José Ivo Sartori, em reunião prevista para esta sexta-feira (08/6). Os pedidos precisam do respaldo do governo estadual, da União e do sistema financeiro nacional.
De acordo com o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do RS (Sindilat), Darlan Palharini, no âmbito do Estado a proposta é que os vencimentos de ICMS referente aos meses de maio, junho e julho sejam prorrogados por 30 dias ou, em outro caso, que o governo apresente um plano de parcelamento do tributo. Palharini destaca a importância do pleito para o setor, uma vez que atrasos no pagamento do ICMS resultam na perda de crédito presumidos. Já em âmbito federal, está sendo encaminhado pedido para uma autorização momentânea de compensação do PIS/Cofins no INSS. Por último, o setor representado por indústrias e produtores pede a prorrogação dos financiamentos vincendos nos próximos 180 dias ou a apresentação de uma proposta de negociação. Além desses pleitos, as indústrias solicitam a liberação de linhas de crédito para capital de giro.
A decisão de formular o documento foi debatida na manhã desta quinta-feira (07/6), em Porto Alegre (RS), em reunião do Grupo de Proteína Animal, com a presença das entidades ligadas ao setor produtivo, lideranças do governo e representantes de instituições bancárias. O Sindilat foi representado no encontro por Palharini e pelo presidente do sindicato, Alexandre Guerra.
Como estratégia de minimizar os impactos da paralisação dos caminhoneiros, Guerra reforçou a importância da compensação do INSS com PIS e Cofins, pauta que teve negativa recente do governo federal. “O setor vem trabalhando no vermelho há muito tempo, onde nesses cinco primeiros meses do ano comercializamos produtos com valores menores em relação ao mesmo período do ano passado”, afirmou .
Para mediar a conversa entre lideranças federais e estaduais, o secretário Odacir Klein se colocou como o “advogado” da cadeia produtiva, e elogiou a união do setor durante o “tsunami”, como se referiu aos dias de paralisação dos caminhoneiros. “A organização do setor foi fundamental. Trabalhamos com responsabilidade como Secretaria da Agricultura, mas o setor foi muito ágil”, disse.
O documento é composto por pedidos do setor representados por Sindilat, o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul (Sicadergs), a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), o Sindicato das Indústrias de Produtores de Suínos (Sips), a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e a Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag).
Crédito: Eduardo Oliveira/Seapi
Fonte: SindiLat