O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) atribuiu a “muito esforço, trabalho, conhecimento, dedicação, gerações de técnicos e luta de produtores rurais” os avanços obtidos para erradicação da febre aftosa no país. Maggi participou na manhã da segunda-feira (2) de sessão comemorativa no Senado pelo reconhecimento internacional da condição de país livre da doença com vacinação, que foi proposta pelo senador Waldemir Moka (PMDB/MS). O reconhecimento pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) está previsto para o próximo mês de maio, durante reunião da entidade em Paris. Recomendação, com esse objetivo, foi feita pelo Comitê Científico da OIE, que é composta por 180 países.
O ministro lembrou que nos anos de 1960 o Brasil iniciou o combate mais intenso à febre aftosa por meio de campanhas de vacinação em regiões pioneiras. “Eram tempos em que importávamos carne e leite, abrindo espaço para a entrada de focos da doença”. E comentou sobre “ o grande salto dado nos anos seguintes até o lançamento, no ano passado, do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa para consolidar a condição sanitária e avançar na meta nacional de zona de livre da doença sem vacinação”, o que deverá ser concluído em 2023. Disse ainda que já se passaram 11 anos sem ocorrência de nenhum caso no país.
A conquista a ser oficializada no próximo mês, de acordo com o ministro, significa a possibilidade de consolidação e ampliação de mercados para os produtores pecuários brasileiros. Em 2017, somente a pecuária representou um Valor Bruto da Produção (VBP) de 175,7 bilhões de reais.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, destacou que “a pecuária do Brasil se destaca na América do Sul e no mundo, com uma produção marcada pela incorporação de conhecimento tecnológico na genética, na sanidade, nas pastagens. Foram avanços que nos conduziram a um modelo de produção sustentável sem igual no cinturão tropical do globo”.
Para o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luís Rangel, “o trabalho que foi conduzido, durante muitos anos, pelos médicos veterinários, não só do Ministério da Agricultura e das agências estaduais, mas também pelos médicos veterinários privados, permitiu fazer o que muitos acreditavam ser impossível: trazer o país, com as suas dimensões gigantescas, para esse status ainda com vacinação”. E acrescentou que, “olhando para um futuro mais ousado, nos movimentamos, de fato, para a retirada da vacina”.
Guilherme Marques, diretor do Departamento de saúde Animal do Mapa, lembrou igualmente o envolvimento do corpo técnico do Mapa e detalhou aos senadores os passos do plano traçado até 2023 para retirada da vacinação, o que já é realidade no estado de Santa Catarina, por exemplo.
Fonte: Mapa