O agronegócio brasileiro relatou aumentos de 15% no volume e de 13% na receita com exportações no ano passado sobre o anterior. Em 2017, as vendas do setor proporcionaram US$ 96 bilhões em divisa ao País, segundo o Ministério da Agricultura. Os números brutos são motivo de comemoração, mas a melhor notícia vem de regiões ignoradas e até marginalizadas há algum tempo. Norte e Nordeste se consolidaram como as novas portas de saída do País. Nessas áreas, a receita com vendas externas cresceu, porcentualmente, o dobro da brasileira. O volume de produtos do agronegócio que deixaram, por exemplo, os portos da região Norte no ano passado foi o triplo do crescimento da média do Brasil.
Dados fornecidos à coluna pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) mostram que as exportações do Nordeste avançaram, entre 2016 e 2017, 27,2% em receita, a US$ 7,55 bilhões, e 31,4% em volume, com 14,26 milhões de toneladas. No Norte, o faturamento atingiu US$ 4,05 bilhões, crescimento de 27%, e o volume foi em 6,58 milhões de toneladas, alta de 44,7%.
O aumento de exportações do agronegócio nessas regiões é generalizado e veio tanto de produtos básicos – soja e milho e suas safras recordes -, como os processados (carne e celulose). Produtos de maior valor agregado, como mel e frutas, também contribuíram. Como exemplo, a receita com as exportações de soja da Bahia cresceu 123% em 2017 ante 2016, para US$ 645 milhões, e 121% em volume, com 1,7 milhão de toneladas. Vendas de mel e de uva ao exterior renderam quase 50% a mais aos nordestinos no ano passado.
No Norte, além da alta de 52% na receita externa com a soja em 2017, a US$ 1,6 bilhão, o destaque foi o óleo de dendê (palma). Os negócios com o exterior do tradicional produto dessa região cresceram 87% entre os períodos, ou US$ 27,8 milhões, e atingiram um total de US$ 60 milhões no ano passado.
Não bastasse o crescimento da oferta exportável dessas regiões, pelos portos de Estados do Norte e Nordeste passou um volume muito maior do que o produzido localmente. O porto de São Luís (MA) movimentou quantidade de soja em grãos três vezes maior do que as exportações de todo o Maranhão. Os portos paraenses de Barcarena e Santarém, em conjunto, escoaram cinco vezes e meia mais soja que as exportações totais do Estado.
Os números são claros. O avanço da tecnologia agropecuária para a produção em condições climáticas diferentes de regiões tradicionais e investimentos em infraestrutura para garantir a vantagem logística da maior proximidade com mercados consumidores tornaram o Norte e o Nordeste uma realidade no agronegócio brasileiro.
Fonte: Canal do Produtor
