Pela fila de navios já nomeados para os portos brasileiros para embarcar milho, o mês de fevereiro deverá atingir mais de 1,0 milhão de toneladas, volume maior do que o mesmo mês do ano passado. A avaliação é da T&F Consultoria Agroeconômica, apontando que até o último dia 12 essa projeção já totalizava 630 mil toneladas, além de 374 mil toneladas de embarques já efetivados.
Nesta quarta-feira, por exemplo, foi noticiada a venda de mais 240 mil toneladas de milho para o Irã, sendo o Brasil a origem provável. “Este aumento do escoamento é importante porque o país tem o maior estoque final/inicial das últimas seis safras, com aproximadamente 18,35 milhões de toneladas, 50% a mais do que os pouco mais de 12 milhões da safra passada e três vezes mais do que os 6,75 milhões de duas safras atrás”, lembra o analista Luiz Fernando Pacheco.
De acordo com ele, este aumento no volume das exportações segue na esteira de dois fatos importantes: o primeiro é a redução da safra argentina, até agora previsto em 3,0 milhões de toneladas, mas podendo aumentar se a seca continuar, o segundo é o litígio entre EUA e China (grande importadora), que poderia redirecionar alguns lotes para o Brasil (houve cancelamento chinês de milho americano na semana passada).
“Com o escoamento, os estoques diminuem e as disponibilidades ficam menores, podendo melhorar os preços para os produtores, cuja lucratividade está crítica em muitos estados brasileiros, como se pode ver pela tabela de Retorno Financeiro, acima. Mas, o próprio mercado interno de carnes já está melhorando, o que pode significar também outra fonte de escoamento dos excessos de disponibilidade do país a médio e longo prazos. A média Cepea subiu 0,61% nesta quarta-feira (2,25% no mês) e 0,57% na B3-ex-BMF (2,32% no mês)”, conclui Pacheco.
Fonte: Canal do Produtor