Foram divulgados no último dia 08 o Relatório de Oferta e Demanda Mundial do USDA do mês de fevereiro e o 5º Levantamento da Safra Brasileira de Grãos.
1. SOJA
USDA Estima em 347 milhões de toneladas a produção mundial da safra 2017/18 contra 351 milhões de toneladas na safra anterior (-1%). Porém, o estoque final segue elevado em 98,14 milhões de toneladas, com alta de 2% em relação à safra passada. O motivo é o estoque de passagem da safra 2016/17 que foi a maior da história.
Para o Brasil, a estimativa de produção da safra 2017/18 subiu de 110 para 112 milhões de toneladas e a de exportação de 67 para 69 milhões de toneladas. Com isso, o Brasil segue como maior exportador, absorvendo a retração esperada para as exportações americanas e ampliando sua participação no comércio mundial.
As importações da China devem superar em 4% a safra passada, subindo de 93 para 97 milhões de toneladas, não houve alterações em relação às estimativas de janeiro.
Conab Estima em 111,6 milhões de toneladas a produção brasileira da safra 2017/18 contra 110 milhões de toneladas do levantamento anterior. Apenas as regiões Centro-Oeste e Norte devem ter produção maior que a safra 2016/17, compensando a redução de produtividade com aumento de área plantada.
Mato Grosso segue liderando a produção nacional com 30,6 milhões de toneladas seguido do Paraná com 18,3 milhões de toneladas e Rio Grande do Sul com 17,5 milhões de toneladas. Ao contrário do USDA, a Conab espera redução de 3% das exportações desta safra, estimadas em 66 milhões de toneladas.
2. MILHO
USDA A estimativa de produção da safra 2017/18 é de 1,04 bilhão de toneladas com queda de 3% em relação à safra passada. Os principais exportadores terão uma safra menor, dentre eles Estados Unidos (370,96 milhões de toneladas), Brasil (95 milhões de toneladas) e Argentina (39 milhões de toneladas). Apesar da queda de 12%, o estoque final seguirá amplo com 203,09 milhões de toneladas. Espera-se um aumento de 8% nas importações mundiais e de 3% no consumo interno dos países para alimentação animal. Em contrapartida, as exportações devem cair 5% para 153,89 milhões de toneladas.
A produção do Brasil para a safra 2017/18 permanece em 95 milhões de toneladas com redução de 4% em relação à safra passada. A demanda será superior a da safra passada, tanto para consumo doméstico (2%) quanto para as exportações (3%). O Brasil deve se manter como 2ª maior exportador (35 milhões de toneladas) mesmo com expectativa de queda de 11% nas exportações americanas estimadas em 52,07 milhões de toneladas.
Os maiores importadores mundiais, México (16,5 milhões de toneladas), União Europeia (16,2 milhões de toneladas) e Egito (10 milhões de toneladas) ampliarão seus embarques nesta safra 2017/18.
Conab A 1ª safra de milho está estimada em 24,7 milhões de toneladas com redução de 19% em relação à safra anterior, fruto da menor área (5 milhões de hectares), mas principalmente da menor produtividade (4.956 kg/ha). Das 24 unidades da federação, apenas 7 terão aumento de produção este ano, todas das regiões Norte e Nordeste.
Minas Gerais lidera o ranking com 4,9 milhões de toneladas, seguido de Rio Grande do Sul com 4,7 milhões de toneladas. A produção do Paraná está estimada em 2,8 milhões de toneladas (40% de queda em comparação com 2016/17).
O milho 2ª safra também terá a produção reduzida em 6% para 63,3 milhões de toneladas. Ao contrário da 1ª safra, a menor área plantada terá impacto sobre a produção, uma vez que a produtividade deve ter queda inferior a 1%. O motivo são os preços baixos do cereal obtidos em 2017 que desestimularam o plantio, além do atraso na colheita da soja que reduzirá a janela ótima de plantio do milho.
O Mato Grosso produzirá 26,2 milhões de toneladas, ocupando a primeira posição no ranking brasileiro, seguido do Paraná com 11,8 milhões de toneladas (redução de 10% em relação à safra 2016/17).
3. TRIGO
USDA Aumentou este mês para 758 milhões de toneladas a produção mundial da safra 2017/18 com crescimento de 1% em relação à safra anterior. A Rússia liderou a alta com 85 milhões de toneladas colhidas (17% de aumento).
O Brasil, um dos principais importadores, permaneceu com produção estimada em 4,25 milhões de toneladas. A importação foi revista para 7,8 milhões de toneladas contra 8 da estimativa de janeiro. Lembrando que estes números são referentes à safra colhida em 2017.
Conab Projeta em 4,66 milhões de toneladas a produção da próxima safra de trigo, com aumento de 9% em relação à safra 2017. Como não há estimativa de área para a nova safra, o aumento da produção decorre da maior produtividade esperada (2.431 kg/ha).
O Paraná tem produção projetada em 2,57 milhões de toneladas e alta de 16% em relação à safra 2017, seguido do Rio Grande do Sul com 1,31 milhões de toneladas (+3%).
Ana Paula Kowalski – Assessora Técnica – DTE/FAEP
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Fonte: Sistema FAEP