A oferta global de café passará para um superávit na safra 2018/19, com o Brasil, maior produtor mundial, a caminho de uma colheita recorde, mas os preços devem subir ligeiramente no final do ano à medida que os países reabastecerem seus estoques, segundo uma pesquisa da reportagem com 14 operadores e analistas.
Os futuros do arábica tendem a avançar em 6,5% até o término de 2018, em comparação com o fim de 2017, enquanto o robusta deverá subir 4,8%.
A mediana das previsões aponta para um déficit de 3,15 milhões de sacas de 60 kg na oferta de café em 2017/18 (outubro a setembro) e para um excedente de 4 milhões de sacas em 2018/19.
Tal previsão é em grande parte puxada pelas expectativas de que o Brasil produzirá um recorde de quase 60 milhões de sacas neste ano, sendo 44 milhões de arábica e 16 milhões de robusta, conforme a média das estimativas da pesquisa.
As projeções variam de um total de 55 milhões a 65 milhões de sacas para a safra do Brasil. A estatal Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que o País produzirá de 54,44 milhões a 58,51 milhões de sacas em 2018, o que seria um recorde.
Já a safra de café 2019/20 do Brasil foi estimada em 54 milhões de sacas, sendo 39 milhões de arábica e 15 milhões de robusta.
O Vietnã, maior produtor mundial de robusta, deve colher 28,5 milhões de sacas em 2017/18, com estimativas variando de 27 milhões a 30 milhões de sacas.
Os preços spot do café arábica foram previstos na pesquisa para encerrar o primeiro trimestre de 2018 em 1,25 dólar por libra-peso, queda de 1% frente ao fechamento de 2017. As cotações devem encerrar 2018, por sua vez, em 1,344 dólar por libra-peso, alta de 6,5% em relação ao término de 2017, com estimativas que variam de 1 dólar a 1,85 dólar.
“O mercado se concentrará em um grande déficit em 2019/20 devido às bienalidades negativas e ao reduzido cultivo em todo o mundo, dados os preços baixos”, disse um comerciante, referindo-se ao ciclo natural do café, que alterna anos de alta e baixa produção.
Os preços do segundo contrato do robusta na ICE foram estimados para terminar o primeiro trimestre em 1.750 dólares por tonelada e o ano em 1.800 dólares, ante 1.718 dólares no fim de 2017.
Fonte: Canal do Produtor