Áreas de instabilidade predominam sobre a região central do Brasil nesta sexta-feira. Com isso, todo o fim de semana será, mais uma vez, marcado por chuvas intermitentessobre quase todas as regiões produtoras de Rondônia, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e metade sul de Minas ferais, Paraná, Santa Catarina, Pará. Pancadas de chuva também devem ser observadas sobre as áreas produtoras do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. Essas chuvas que vem ocorrendo, principalmente no Mato Grosso já começam a causar estragos e prejuízos aos produtores de soja, pois não possibilitam a realização da colheita, onde muitas lavouras já estão dessecadas e aptas a serem colhidas. Já existem relatos de soja ardendo e apodrecendo.
Do mesmo jeito que ocorreu no ano passado, quando houve uma invernada entre o final de janeiro e fevereiro, esse ano o mesmo deve ocorrer entre o final de dezembro e começo de janeiro. Isso deve atingir primeiras áreas semeadas e, sobretudo, as áreas de soja que estarão sendo colhidas para o posterior plantio do algodão. E esse também está sendo um grande problema, pois o plantio do algodão segunda safra está atrasado, quando comparado ao mesmo período do ano passado e também a média dos últimos cinco anos.
A previsão é de que as chuvas só comecem a dar trégua sobre a região Central do Brasil, em especial do Mato Grosso e em Goiás, no começo da semana que vem. A previsão permanece de chuva generalizada ao longo de todo esse final de semana e em algumas localidades e os volumes poderão ultrapassar os 100 milímetros durante os próximos três dias, como ocorrerá na região leste do Mato Grosso.
No Maranhão, Tocantins Piauí e Bahia, a previsão não só para essa sexta-feira, mas para todo o final de semana é de pancadas de chuva ao longo de todo o período. Porém, já a partir desse começo de semana, a previsão é de tempo aberto e sem chuva, e deve ocorrer o histórico veranico de 10 a 20 dias na região. Entretanto, não há indicativos de que isso possa trazer qualquer tipo de impacto tanto ao desenvolvimento das lavouras, principalmente ao potencial produtivo das plantas.
No Sul, em especial no Rio Grande do Sul, a sexta-feira deverá ser marcada pelo tempo firme e sem previsão de chuva em grande parte do estado gaúcho, com exceção apenas para a região da fronteira oeste, que deverá receber algumas pancadas de chuva mais para o final do dia. Isso porque áreas de instabilidade permanecem sobre o estado e, com isso, entre o sábado e o domingo há previsão de chuva generalizada sobre todas as regiões produtoras. E essas chuvas também deverão ocorrer em Santa Catarina, Paraná e sobre a região sul do Mato Grosso do Sul. Com exceção do Rio Grande do Sul, onde as chuvas muito irregulares e até mesmo a ausência delas estão trazendo muita apreensão aos produtores, as demais regiões não apresentam nenhum problema em relação ao desenvolvimento de suas lavouras. E com a previsão do retorno das chuvas generalizadas, a tendência é de que as condições se mantenham favoráveis ao longo desses próximos 10 dias.
Argentina e Paraguai
Com relação à Argentina e Paraguai, há previsão de chuva em ambos os países ao longo desses próximos 10 dias, elevando os níveis de umidade do solo e garantindo boas condições ao desenvolvimento das lavouras e, sobretudo, a finalização do plantio da soja na Argentina. No Paraguai, muitas lavouras já começarão a serem colhidas nessa próxima semana e com o retorno das chuvas, poderão ocorrer alguns transtornos, assim como vem ocorrendo no Mato Grosso. No entanto, ainda é muito cedo para dizer que tal situação poderá fomentar alguma quebra. Apenas deveremos olhar com um pouco mais de calma o andamento das atividades de campo e, principalmente as previsões meteorológicas durante essa segunda quinzena de janeiro.
Mas o que tudo está indicando/sinalizando é que a América do Sul deverá colher novamente uma boa safra esse ano. Com exceção apenas para o setor de hortaliças, que devido às chuvas constantes já apresenta reduções na produção. Com isso, os preços vêm se elevando semana após semana e isso poderá trazer algum impacto na inflação, já que está relacionado diretamente com a cesta básica. O mesmo tem ocorrido com o feijão, que também está sendo afetado pelas chuvas constantes no Paraná e em parte de Minas Gerais.
Fonte: Climatempo