Após registrar queda por 3 anos consecutivos, as exportações de Mato Grosso cresceram 17% em 2017. A receita com o embarque de mercadorias atingiu US$ 14,728 bilhões no ano passado contra US$ 12,588 bilhões em 2016. O volume de produtos enviados a outros países também cresceu, passando de 36,077 milhões de toneladas para 43,228 milhões(t) de um ano para outro, incremento de 19,82%.
Os dados foram divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) na quinta-feira (4) e revelam que as importações mato-grossenses somaram US$ 1,404 bilhão no ano passado, alta de 18% sobre 2016. Com esses números, o saldo da balança comercial estadual fechou 2017 em US$ 13,323 bilhões, o 2º maior da série histórica, iniciada no ano 2000. O valor das exportações em 2017 se aproximou do alcançado em 2014, quando somou US$ 14,796 bilhões.
Nos 3 anos anteriores, o Estado teve retrações, de 6,44% em 2014, de 11,66% em 2015 e de 3,69% em 2016. A maior parte das vendas externas foram para a China, que renderam US$ 4,737 bilhões. O montante representa 32,17% do valor total do Estado. A Ásia se marcou como o principal mercado brasileiro, cujo valor das exportações corresponde a 58,92% do total, somando US$ 8,677 bilhões no ano passado.
Entre os produtos, a maior participação foi da soja, cujas exportações somaram US$ 6,807 bilhões, 46,22% do valor total. Em seguida veio o milho, que somou US$ 2,847 bilhões, ou 19,34% da cifra negociada. Juntos, os 2 grãos mais produzidos no Estado respondem por 65,5% do valor total das exportações.
No entanto, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), Antônio Galvan, o valor não se reverteu em ganho ao produtor, com a desvalorização dos produtos no ano passado, em decorrência da “supersafra”. “A safra foi boa, a maior da história, mas o preço não tem refletido em ganho ao produtor, tanto que o aumento da safra não resultou em um aumento proporcional no valor exportado, apesar de ter crescido em volume”, pontua.
O economista Vitor Galesso avalia que a recuperação de preço nos últimos meses também resultou em acréscimo nas exportações. “É um efeito imediato. Como o mercado interno não tem condições de absorver a produção estadual, à medida que o preço sobe, as exportações aumentam, já que o Estado é dependente do mercado externo. Mas, esse é um volume de recursos que fica na mão de poucas empresas, as grandes exportadoras, que obtêm boa parte do valor, e não o produtor”, ressalta.
Fonte: Canal do Produtor