Os produtores de feijão de Itararé (SP) estão preocupados com a queda no valor do grão. Com a grande quantia do produto prevista para colher, os preços da saca caíram de R$ 150 para R$ 80, afirmam os agricultores.
Quem comemora são os consumidores finais, já que o preço médio caiu mais de 50% nos mercados. Na propriedade do produtor Frederick Jacoubus Wolters são 220 hectares dedicados ao cultivo do feijão carioca.
A expectativa do produtor é de que o cultivo deste ano possa render 50 sacas por hectare, 10% a mais comparado com o que colheu em 2016.
- Como produtor espero que melhore, mas acredito que o mercado vai ficar estagnado, já que estamos no fim do ano e as vendas param. Temos que ver como ficará no ano que vem para pensar em uma estratégia – explica.
Segundo Instituto de Economia Agrícola houve aumento na área plantada de feijão.
Já o agricultor Gerd Von Hauenschiild acredita que o aumento da competitividade é o que tem influenciado o preço do grão.
- Há 30 anos a região de Itararé era considerada o celeiro de feijão, porém hoje o produto é plantado em toda região do norte e nordeste do Brasil, então estamos colhemos o grão o ano inteiro – alega.
Um levantamento feito pelo Instituto de Economia Agrícola comprova esse aumento na competitividade. Em 2017, a área plantada em todo estado aumentou quase 24%, e a estimativa de colheita são mais de 160 mil toneladas, 34% a mais que a safra do ano anterior.
Segundo a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), Itapeva e Itararé devem produzir juntas mais de 1 milhão de sacas de feijão. Para o agrônomo Vitor Trindade é essa estimativa de colheita que reflete nos valores do mercado.
- É aquela velha e famosa lei de oferta e procura, quando tem muita oferta de feijão o preço cai, então mesmo com alta produtividade a probabilidade de ter prejuízo é grande. -
Quem aproveita essa queda nos valores são os consumidores finais, já que o quilo do feijão caiu de R$ 9 para R$ 4 nos mercados da região de Itapeva.
Fonte: G1