Quando, em junho do ano passado, houve a perda da segunda safra do Paraná por excesso de chuva, os preços estavam acima de R$ 150 por saco. Naquele momento, o Feijão comercial gerado pelo excesso de chuvas contribuiu para a queda de preços, apesar das perdas. O Feijão a ser colhido danificado será um produto a ser vendido “barato”, isto é óbvio. Porém, agora, a situação é outra. Os preços que vinham sendo praticados para o Feijão-carioca estavam baixos demais, R$ 80. Preços abaixo do custo no Paraná significam preços abaixo de R$ 100, tomando por base produtividades de algo em torno de 40 sacos. Acreditar que todos os produtores vão continuar a se sujeitar a vender abaixo do custo é subestimar a inteligência e a capacidade de mobilização dos produtores. Com área menor plantada no Paraná e em Minas Gerais, cabe aos produtores determinarem o nível de preço que irão aceitar. Já foi declarado pelo MAPA que a Secretaria de Política Agrícola já havia, ainda em dezembro, alertado o Ministério da Fazenda sobre a possível necessidade de recursos para garantia do preço mínimo. As chuvas desta virada do ano diminuíram a produtividade em geral do que será colhido durante janeiro e, para as lavouras que já estavam prontas para colheita, significaram a perda total. Há, em todas as regiões produtoras do Brasil, mercadorias ainda guardadas. Mas quem guardou não o fez para vender barato. Parte destes Feijões suportam ainda até 60 dias armazenados sem perdas importantes de cor. Ontem os produtores de Minas e de Goiás receberam ontem ofertas de R$ 110 até R$ 120 e foram raros os que aceitaram, o que representa até 20% acima dos valores ofertados antes do Natal.
Fonte: IBRAFE