O dólar registrava queda de mais de 1 por cento ante o real na primeira sessão do ano, em linha com o exterior e com operadores devolvendo parte do hedge que haviam feito diante da possibilidade de rebaixamento do rating soberano do país por agências de risco.
Às 11:03, o dólar recuava 1,27 por cento, a 3,2723 reais na venda. O dólar futuro tinha baixa de 1,38 por cento.
O adiamento no final do ano passado da votação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados para fevereiro frustrou o mercado e levou investidores a precificarem um corte na nota de crédito do Brasil em dezembro, de acordo com o operador de câmbio da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado.
- O mercado se protegeu do que era um iminente rebaixamento da nota do Brasil. As notícias e os dados indicavam um novo rebaixamento pela S&P, que não aconteceu – assinalou.
Agora, o mercado doméstico devolve esse hedge em um movimento um pouco mais intenso neste pregão, em uma tendência que deve continuar nas próximas semanas, segundo Machado.
A votação da reforma previdenciária foi marcada para o dia 19 de fevereiro e, em entrevista à Reuters, o chefe global de ratings soberanos da Standard & Poor’s, Moritz Kraemer, afirmou que o país não deveria adiar a questão para 2019, sob o risco de novo rebaixamento de sua nota.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles conversou com representantes das maiores agências de risco no fim do ano passado, dizendo que não houve informação de qualquer antecipação de movimento sobre o rating.
- Há dados melhores de Brasil e possibilidade de aprovação da reforma da Previdência, e as agências de rating, S&P, Moody’s e Fitch, estão quietinhas – explicou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
No exterior, o dólar também apresentava fraqueza generalizada, com o euro atingindo a máxima de quatro meses contra a moeda norte-americana em meio ao otimismo com a melhora do cenário econômico na zona do euro.
- Parece prevalecer uma tendência de dólar mais fraco neste início de ano, com uma busca maior por risco – disse Machado.
Fonte: Reuters