Olhando para minha neta fico a pensar em que tipo de país ela vai viver. Será uma nação que aproveita as oportunidades para crescer e se desenvolver, como tem feito a agropecuária, ou o Brasil continuará sendo um lugar no qual se discute há décadas os mesmos entraves sem se chegar a soluções?
Nessa tarefa natural de balanço e planejamento que cumprimos antes de colocarmos o pé em um novo ciclo, considero que em 2017, com muito trabalho, conseguimos superar um ano difícil. Mesmo em condições adversas, no fim das contas, foi um período necessário. Foi um momento de parar, avaliar, planejar e tomar uma nova rota. A vida é assim, não há vitórias sem lutas. E apesar de sermos exigentes quantos às expectativas de ano novo, se chegamos até aqui é porque vencemos.
Quando olharmos o passado, espero que este tenha sido um marco na história do nosso país. Que nos livros e nos pensamentos das próximas gerações o ano de 2017 seja apontado como o período no qual chegou ao fim a era da impunidade e da improbidade sistêmica que tanto nos envergonha. Afinal, nosso Brasil é um lugar que deveria ser bom de viver. Temos recursos naturais inigualáveis e nosso povo é um exemplo de alegria, que se mantém mesmo em ocasiões como a crise que finalmente estamos deixando para trás.
O que precisamos mudar é esse ranço do Brasil onde tudo acaba em pizza. Não podemos mais ser o país do jeitinho. É urgente mudarmos esses valores enquanto sociedade para que sejamos vistos como um país sério.
Também não dá para ser otimista ao ponto de esquecer que perdemos muito economicamente nos últimos anos. Se o agronegócio manteve tantos indicadores positivos, foi com muito suor.
Agora, imagine se o cenário nacional fosse positivo? Se tivéssemos o mesmo apoio que governos de países desenvolvidos concedem aos seus setores produtivos, não iriam se referir ao Brasil como promessa de ser o celeiro do mundo, já seríamos o país do futuro.
Por outro lado, também não podemos ser negativos demais, porque isso nos paralisaria. Mais do que nunca precisamos reconhecer o esforço e a superação de cada um, que nos permite manter acessa a esperança. Fechamos 2017 com a certeza de que fizemos o nosso melhor. Como exercício desse otimismo, acreditamos que as ações e reformas políticas iniciadas este ano terão continuidade.
Além disso, num ano eleitoral vamos usar da força do voto nas urnas para acabar com a “velha” política, que nos fez conhecer o fundo do poço. A esperança de que o amanhã será sempre melhor é o que nos move, o que nos motiva a dar mais um passo. Vamos, cada um trabalhando seus talhões com a competência que nos é peculiar, para passarmos pelos próximos 365 dias vendo germinar imensas plantações, de cultivares e de ações para um futuro promissor.
Podemos fazer florir novamente a integridade, a decência e a honestidade. Assim, a produtividade desse país será mais justa e igualitária e teremos um país rico, com uma população que possa usufruir de toda essa riqueza. Ao voltar os olhos novamente para minha neta, penso que o futuro tem jeito, sim, e ele pode ser muito melhor.
Isso só depende de nós. Nesse espírito de perseverança, renovo minha gratidão a todos que caminham conosco, sindicatos rurais, lideranças sindicais, colaboradores do Sistema FAEP/SENAR-PR,
parceiros e, claro, de forma muito especial, ao trabalhador e ao produtor rural que, com sua família, sempre será a razão de nossa existência. São vocês que mantêm acesa a esperança de um futuro melhor.
Um Feliz 2018 a toda a família rural!
Ágide Meneguette,
Presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR
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Fonte: Sistema FAEP