A um mês de abrir as portas ao público da Expointer, o parque Assis Brasil, em Esteio, ainda recebe reparos do vendaval ocorrido em dezembro de 2014. Estruturas retorcidas e telhados arrancados só começaram a ser colocados no lugar há poucos meses, quando o prazo para a feira começou a apertar.
Enquanto isso, grandes obras como o novo pavilhão da agricultura familiar e a construção de um dique de contenção do arroio Esteio, para evitar alagamentos, terão de esperar pelo menos mais um ano para sair do papel.
– Trocamos telhados e recolamos telhas em todos os pavilhões danificados. Aquele vendaval afetou mais de 70% das instalações – justifica Sérgio Bandoca Foscarini, subsecretário do parque desde março deste ano.
A 38ª edição da Expointer será realizada de 29 de agosto a 6 de setembro. Ao elencar os reparos que serão concluídos até o início da feira , Bandoca mostrou as cercas de madeira substituídas nas pistas de julgamentos e os novos desembarcadouros de animais.
– Basicamente, efetuamos obras emergenciais e estruturais. Foram mais de R$ 2 milhões, com ajuda da iniciativa privada – reconhece Bandoca, argumentando que o primeiro semestre foi de redução nos gastos do governo.
Além dos reparos mais urgentes, o governo corre contra o tempo agora para obter o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) geral do parque – que nunca foi feito. Conforme o 8º Comando Regional do Corpo de Bombeiros, há três tipos de PPCI que precisam ser elaborados para a Expointer: um para a área geral, outro individual das construções e um terceiro para estandes e estruturas montadas para a feira. Para concluir o plano, o governo decidiu contratar uma empresa terceirizada.
Quanto à construção de um novo pavilhão para a agricultura familiar, cujo recurso de R$ 2,7 milhões para a obras está depositado desde janeiro de 2014, a intenção é fazer a licitação somente após a Expointer. No ano passado, uma empresa assumiu a obra e chegou a até iniciar o trabalho, mas o contrato foi interrompido pelo governo, que alegou descumprimento dos prazos.
Na semana retrasada, o parque voltou a ficar debaixo d’água. Até mesmo a casa de bombas em construção no parque, obra do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers), ficou submersa.
– O nosso dique de contenção é provisório. O volume de água foi bem acima do que qualquer previsão – explica Claudio Bier, presidente do Simers, que assinou contrato de concessão de uso do local pelo prazo de 25 anos.
Com o calçamento de ruas em andamento, a entidade aguarda uma solução para os alagamentos na área de máquinas com a obra definitiva de contenção do arroio Esteio – que será assumida pela empresa Bolognesi, por meio de parceria-público privada assinada com o governo há 10 dias.
Enquanto obras públicas se arrastam com recursos pingados no parque Assis Brasil, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCC) conclui as novas cocheiras e uma área comercial – com lojas e boulevard. A entidade também está erguendo uma estrutura para remates (tatersal), que será finalizada em agosto.
As obras foram iniciadas ainda no ano passado. O investimento, de R$ 3 milhões, faz parte do contrato de permissão de uso assinado por ABCCC e governo estadual. No total, o acordo prevê a aplicação de R$ 15 milhões, incluindo a construção da arena do cavalo crioulo e a cobertura de arquibancadas e da pista do Freio de Ouro – além de camping e estacionamento.
– Mas, enquanto não for resolvida a questão dos alagamentos, não temos coragem de começar as obras da arena. Não queremos correr o risco de ter uma piscina coberta – lamenta José Luiz Laitano, presidente da ABCCC.
Mudanças em Andamento
Cercamento de pistas
As principais pistas de julgamento de animais receberam novo cercamento, com estruturas de madeira mais resistentes.
Baias, boulevard e área de remates da raça crioula
Foram construídas novas cocheiras para os animais, que passarão a ter espaço exclusivo perto da pista do Freio de Ouro, onde se concentram os investimentos da Associação Brasileiros de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCC).
Próximo às novas baias, a ABCCC construiu um local de remates da raça e uma área comercial que terá 11 lojas e boulevard com restaurante, onde os criadores deverão ficar concentrados durante os eventos da raça.
Calçamento da área de máquinas
As ruas da área de exposição de máquinas e implementos começaram a ser calçadas pelo Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas (Simers).
A ação é realizada por meio de contrato de concessão de uso do local por 25 anos, firmado com o governo estadual. A entidade também está concluindo uma casa de bombas para ajudar a dar vazão ao arroio Esteio e evitar novos alagamentos.
Reforma de telhados
Com as coberturas arrancadas e estruturas retorcidas em um vendaval em dezembro do ano passado, os pavilhões antes ocupados pelos cavalos crioulos (e que a partir deste ano abrigarão os pequenos animais) estão sendo totalmente recuperados. Os pavilhões do gado de corte, da área internacional e da imprensa também recebem reparos.
Desembarcadouro de animais
O local onde os animais são inspecionados antes de entrar no parque receberá duas novas estruturas para facilitar o trabalho dos técnicos que fazem a conferência dos exames sanitários e guias de trânsito.
Fonte: Zero Hora