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FERRUGEM DO CAFÉ

De acordo com dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento Rural, Pesca e Alimentação (Sagarpa) do México, nos últimos anos, a produção de café caiu em até 30%. O pesquisador da Universidade de Veracruz (UV), Miguel Armando López Ramírez, explicou o novo projeto desta instituição que tem como objetivo erradicar a ferrugem dos cafezais veracruzanos.

A ferrugem é causada por um fungo chamado Hemileia vastatrix.

- Ele é introduzido na planta por meio das folhas, invade-as, mata as suas células e estas finalmente caem. Assim, a planta não pode realizar a fotossíntese e baixa a produtividade do fruto ou morre – falou ele.

Ramírez também comentou que a detecção da praga é fácil. A ferrugem se identifica porque aparecem manchas amarelas abaixo da folha. Quando questionado por que a ferrugem vem aumentando consideravelmente nos últimos anos, ele disse que existem vários fatores, como a mudança climática e o desgaste genético dos cafezais.

- A maioria dos cafezais da América Latina procedem das mesmas plantas que têm sido cultivadas há muito tempo, então, já estão geneticamente desgastadas; e a ferrugem, ao contrário, é cada vez mais forte – afirmou ele.

Na opinião do pesquisador, é necessário que se substituam as plantas já existentes com base em genomas novos que são criados em outras partes do mundo.

Com relação ao controle da ferrugem que empregam os produtores de café, o pesquisador comentou que a substância que mais utiliza é o oxicloreto de cobre.

- No entanto, a essas alturas do dano, é impossível pensar que a ferrugem pode ser controlada quimicamente. Requerem-se mudanças estruturais no método – disse ele, agregando que os métodos químicos são muitos agressivos e não consideram o dano que implicam ao meio-ambiente.

A proposta do grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Florestais da UV é estudar o ciclo de vida da ferrugem e identificar um hospedeiro alternativo (provavelmente a orquídea). Um hospedeiro alternativo é uma planta que o microrganismo busca parasitar em substituição do hospedeiro principal e, dessa maneira, permite efetuar completamente seu ciclo. Além disso, buscam estudar as esporas sexuais do fungo, pois

- Existem algumas pesquisas que indicam que estas são o centro da variabilidade genética da ferrugem e lhe dão resistência e patogenicidade às cepas – afirmou.

Parte da proposta inclui a difusão de informação que permita às pessoas conhecer qual é o problema da ferrugem do café e seu alcance.

- Este trabalho levará tempo, pois devemos formar estudantes, dar conferências, escrever artigos e livros que vão informar sobre a situação – contou.

Ele considerou que a situação da cafeicultura no mundo é crítica, pois está em perigo de extinção, e dentro de 30 ou 40 anos, o México deixará de ser produtor de café. Seu projeto busca, depois de quase 15 anos de pesquisa, beneficiar produtores e a população que se dedica a essa atividade.

Fonte: elexpres.com / Tradução por Juliana Santin



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