Os produtores brasileiros estão na reta final do plantio da soja. O plantio atingiu 96% da área estimada para a safra 2017/2018, acima dos 95% no ano passado e 93% na média de cinco anos, de acordo com levantamento da consultoria AgRural. A região Centro-Oeste é a mais importante para a produção de soja. Juntos, os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás o Distrito Federal totalizaram uma produção de 51.1 milhões de toneladas de soja na safra passada.
Chuvas no Centro-Oeste
Goiás, o quarto maior estado produtor de soja, foi o estado que mais sofreu com a falta de chuvas e atraso no plantio da safra 2017/2018. Porém, agora as lavouras estão em boas condições, de acordo com Antonio Chavaglia, presidente da cooperativa Comigo, que tem 6.8 mil agricultores associados.
- O plantio atrasou, mas agora está chovendo bem. Não estamos tendo um grande ataque de pragas nem ferrugem asiática – diz Chavaglia. – Mas a gente acredita que as lavouras vão produzir menos. A média de produtividade deve ficar inferior à do ano passado. -
Segunda safra
Segundo Chavaglia, o clima está favorável neste momento, mas o atraso no plantio da soja vai gerar prejuízos aos produtores, já que a colheita também pode atrasar e inviabilizar o cultivo da segunda safra de milho em muitas fazendas.
- Alguns produtores vão deixar de plantar milho na segunda safra para plantar sorgo – afirma ele.
Preço da soja
O presidente da cooperativa Comigo diz que as vendas de soja estão em ritmo lento na região, com cerca de 20% da safra 2017/2018 comercializada até agora.
- O preço da soja está inferior ao do ano passado, entre R$ 64 e R$ 65. O razoável seria de R$ 70 a saca, mas achamos difícil que isso aconteça – diz.
Baixa rentabilidade
A maior preocupação do produtor do Centro-Oeste é a situação financeira desafiadora, especialmente para os agricultores que arrendam terras. De acordo com Chavaglia, cerca de 30% dos associados da Comigo são arrendatários.
- Não acredito em boa rentabilidade – diz ele. – Esse preço da soja cobre o custo para quem é proprietário da terra. O arrendatário fica sufocado para pagar o investimento e custear a lavoura – afirma Chavaglia.
Logística em Goiás
Outra grande dificuldade dessa região é o transporte deficitário.
- Logística sempre é um problema no Centro-Oeste. Com a oscilação de preço do frete fica difícil fazer planejamento. No ano passado, chegamos a pagar R$ 200 de frete por tonelada de soja – afirma Chavaglia.
Segundo o presidente da cooperativa Comigo, para a rota entre a cidade de Rio Verde (Goiás) até o porto de Santos, atualmente o frete custa cerca de R$ 150.
Fonte: SFAgro