O setor de carne bovina do Brasil está disposto a dar “garantias adicionais” para que a Rússia reabra seu mercado à proteína nacional, disse nesta quarta-feira o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antônio Jorge Camardelli.
Ele não especificou quais seriam essas “garantias”, mas comentou que poderiam envolver questões sanitárias, se necessário.
Desde 1° de dezembro, a Rússia suspendeu as importações de carnes do Brasil, alegando a presença do aditivo alimentar ractopamina em alguns lotes importados de proteína suína.
- Se tivermos de colocar garantias adicionais, estamos dispostos a isso. Entendemos o lado russo, que zela pela segurança (alimentar), e precisamos que a Rússia reabra seu mercado, pois é importante para nós – comentou Camardelli no intervalo de um evento em São Paulo.
A Rússia respondeu por cerca de 11 por cento das exportações de carne bovina do Brasil até outubro, de acordo com a Abiec.
Em relação à carne suína, por aproximadamente 40 por cento, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa o setor de suínos e aves.
A ractopamina, um estimulante de crescimento usado como ingrediente à ração animal, não é tolerada na Rússia.
No Brasil, a ractopamina não é autorizada na produção de carne bovina, mas na de suína tem sinal verde, cabendo aos exportadores o controle das vendas ao país euroasiático.
- Estamos tranquilos quanto à fiscalização de uso da ractopamina no Brasil e satisfeitos quanto ao trabalho do Ministério da Agricultura para reabrir esse mercado – acrescentou Camardelli.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo e um dos principais no segmento de carne suína.
Fonte: Reuters