Como previa o próprio setor produtivo, o frango abatido alcançou, em novembro, a melhor média de preços de 2017.
No Grande Atacado da cidade de São Paulo, por exemplo, o produto resfriado foi comercializado por (dados preliminares) cerca de R$3,53/kg, valor 1% superior aos R$3,49/kg de outubro passado.
O mercado, porém, apresentou características no mínimo preocupantes. Como não alcançar o pico de preços do mês anterior, o que fez com que o valor médio do segundo decêndio de novembro ficasse mais de meio por cento aquém do alcançado no mesmo período de outubro. Além disso, o incremento médio do terceiro decêndio recuou sensivelmente, ficando abaixo dos 2%.
Em suma, o ganho maior do mês concentrou-se no primeiro decêndio de novembro, período em que o preço médio do frango abatido foi quase 4,5% superior ao dos 10 primeiros dias do mês anterior. E mesmo assim porque a recuperação das cotações começou antes da virada do mês, nos últimos dias de outubro. O que não se repete agora e faz – o que é pior – com que o mês esteja sendo encerrado com preços inferiores aos do final de outubro.
Não só isso, porém. Pois o preço médio registrado neste mês – cerca de R$3,53/kg – corresponde, em valores reais, à menor remuneração obtida pelo frango abatido nesta década. Ou seja: entre 2011 e 2016 o produto alcançou, no mês de novembro, preços que, deflacionados pelo IPCA do IBGE, sempre estiveram acima dos R$4,00/kg. A exceção na década, portanto, ocorre neste ano.
Comparativamente a novembro de 2015 e de 2016 a perda registrada é até justificável, pois o custo enfrentado (devido à alta das matérias-primas) foi bem maior que o atual. Mas não em relação aos quatro anos anteriores, período em que os custos estiveram sensivelmente aquém dos verificados atualmente.
Pena, neste caso, que os ganhos menores não sejam transferidos integralmente ao consumidor que, comparativamente a 2011, paga pelo frango resfriado neste mês (dados do Procon-SP) valor quase 30% superior, enquanto no atacado paulistano o incremento foi inferior a 20%.
De toda forma, a inflação oficial acumulada nesse espaço de tempo anda em torno dos 45%. Isto, sem contar que o salário mínimo é, hoje, quase 75% maior. Assim, também o consumidor é beneficiado com preços reais decrescentes.
Fonte: Avisite