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FRANGO X MILHO

Analisando-se a relação de preços entre frango vivo e milho constata-se que a crise enfrentada em 2016 já foi experimentada, neste século, em duas ocasiões anteriores – primeiro, no final de 2002; e, alguns anos depois, no início de 2008.

Ilustrando, em meados de 2016 uma tonelada de frango vivo adquiriu não mais que 3,060 toneladas de milho. Pois em 2002 esse volume ficou aquém das 3 mil toneladas (2,986 toneladas em dezembro/02), enquanto em 2008 recuou ainda mais (2,948 toneladas em março/18). Ou seja: nas três ocasiões, o poder de compra do frango caiu cerca de um terço em relação à média desses (quase) 17 anos (4,520 toneladas de milho por tonelada de frango vivo).

Independente dos fatores que tenham determinado essa baixa capacidade de aquisição – quebra de safra, aumento das exportações do grão ou outros – é interessante notar que a ocorrência mais recente repete em praticamente tudo, com variações mínimas, o ocorrido no início deste século.

Ou seja: a crise registrada em 2002 foi antecedida (2001) por forte retomada do poder de compra do frango. Naquele exercício, uma tonelada do produto permitiu a aquisição de, praticamente, 6,3 toneladas de milho. Porém, pouco mais de uma safra depois, a capacidade aquisitiva do frango sofreu retração de 52,5%.

Em 2014 o frango vivo chegou a adquirir volume de milho equivalente a 6,466 vezes o seu peso. No entanto, pouco mais de ano e meio depois, essa capacidade sofreu redução de 52,6%.

Já na recuperação posterior, o poder de compra do frango chegou a aumentar 77% em relação ao “fundo do poço”, mas depois voltou a cair. Exatamente como no início do século, quando o índice de recuperação foi de quase 78%.

O preocupante, no momento, é a perspectiva de repetição das mesmas perdas observadas anteriormente. Pois se, por ora, o poder de compra do frango retrocedeu menos de 10% em relação ao pico mais recente, no início do século sofreu recuo próximo de 30%.

Fonte: Avisite



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