Com a safra finalizada ou em vias de finalização, resta aos produtores de trigo do Rio Grande do Sul computar os prejuízos com as lavouras. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (23/11) pela Emater/RS-Ascar, todas as culturas de inverno enfrentaram problemas devido às intempéries durante o clico, fato que resultou em produtividades abaixo do esperado inicialmente, além de qualidade inferior do produto. Na próxima semana, a Instituição deverá divulgar uma aproximação final para a safra de inverno 2017 com as devidas observações. Em princípio, todas elas apresentam números negativos.
Com a colheita da cevada devendo ser finalizada neste final de semana, alguns produtores estão utilizando a cultura como forragem para o gado leiteiro devido à baixa qualidade dos grãos, que foi bastante afetada pelas condições climáticas, o que levou os produtores a solicitarem Proagro. Já concluída a colheita da canola, também com produtividade abaixo das expectativas iniciais, os produtores estão desestimulados com a cultura, pois problemas com o clima, solos e comercialização ocorridos nesta safra propiciaram uma nova reflexão sobre o próximo plantio, em 2018. Terminada a safra da aveia branca, também com baixos rendimentos e produto abaixo da qualidade, grande parte da cultura está sendo destinada à alimentação animal.
Culturas de verão
A semeadura do milho atingiu 94% da área estimada para esta safra. Em relação às áreas já plantadas, 65% encontram-se em desenvolvimento vegetativo; 23% em floração e 13% em enchimento de grãos. Por enquanto, as condições são consideradas ideais para o desenvolvimento da cultura, com as lavouras apresentando excelente aspecto fitossanitário na maioria dos casos. Nas áreas irrigadas, também seguem em pleno e vigoroso desenvolvimento as lavouras em geral implantadas um pouco mais tarde, para aproveitar a época de luminosidade mais intensa e temperatura mais elevada.
Continuam aceleradas as operações de dessecação e semeadura da nova safra de soja, com o Estado alcançando 48% da área já implantada, estabelecendo-se um pouco abaixo da média dos cinco anos anteriores, que é de 52%. Em algumas situações pontuais, o atraso na colheita do trigo fez com que alguns agricultores optassem por realizar o plantio logo após a dessecação dessa cultura de inverno, o que poderá trazer problemas no controle de plantas daninhas em pós-emergência. As lavouras já implantadas estão com boa germinação. No geral, as lavouras são formadas com emprego de um bom nível tecnológico por parte dos produtores, o que tem propiciado excelente desenvolvimento inicial.
Com a pouca chuva ocorrida nos últimos dias, principalmente na metade Sul do Estado, os orizicultores puderam dar novo impulso no plantio da safra 2018. Tanto a Fronteira Oeste como a Sul praticamente encerraram as atividades nesse sentido, atingindo percentuais que se aproximam de 100% de área semeada. Como média estadual, o percentual atinge 88%, aproximando-se bastante da média dos últimos anos, porém abaixo dos 94% verificados na safra passada para o mesmo período.
Frutícolas
Na Serra, as variedades mais tardias de caqui ainda se encontram na fase de florescimento e as mais precoces no período da limpeza das frutas e sua fixação. Condições climáticas com chuvas periódicas e consideráveis volumes, dias com bastante insolação e temperaturas noturnas baixas vêm favorecendo bastante o desenvolvimento e a manutenção da sanidade das plantas. Por outra parte, o pegamento das frutas pode ser afetado justamente por essa ocorrência frequente de baixas temperaturas. Grande preocupação continua sendo a incidência da mancha preta (antracnose), principalmente nos pomares de polpa escura. Para prevenção, alguns produtores chegam a executar elevado número de tratamentos do dossel, elevando bastante os custos de produção e também o volume de princípios ativos liberados no meio ambiente.
Na região Sul do Estado, pomares de pêssego estão na fase de frutificação e plena colheita, que vem se intensificando. Quando comparada às anteriores, a safra está adiantada em torno de 20 dias. Intensificam-se os tratamentos fitossanitários nos frutos, objetivando o manejo e o controle da principal doença, a podridão parda dos frutos. Essa situação também ocorre no tratamento e manejo da mosca das frutas, principal praga da cultura.
Olerícolas
Segue de maneira bastante intensa o plantio de batatas nos Campos de Cima da Serra, atingindo 40% da área a ser implantada. As baixas temperaturas frequentes, em outubro e novembro, vêm afetando sensivelmente a cultura; em partes de algumas lavouras mais precocemente cultivadas, as geadas causaram queimaduras nas ponteiras das batateiras.
Órgãos de fiscalização ambiental estão impondo restrições na abertura de novas áreas sobre o campo nativo. Após uma safra frustrada quanto à precificação, bataticultores demonstram otimismo no tocante ao rendimento das lavouras e à valoração dos tubérculos. Nas lavouras mais adiantadas, a prática cultural de controle/prevenção de fitopatias está sendo efetivada.
Apicultura
Com a boa floração, os produtores têm colocado melgueiras, fazem revisão nos apiários e estão extraindo mel. Apicultores realizam transferência de enxames para caixas novas e/ou reformadas, troca de caixilhos entre colmeias fortes e fracas para equalizar enxames. Alguns apicultores mais tecnificados realizam manejo de troca de rainhas. O panorama entre regiões é muito heterogêneo: em algumas áreas há boa oferta de néctar e em outras não é tão abundante.
Fonte: Emater RS