O correto manejo do solo garante o sucesso das lavouras. O alto rendimento na produção de soja passa especialmente pelo encontro do equilíbrio químico do solo no qual o produtor irá semear a lavoura. O índice considerado ideal ou indicado para alcançar este alto patamar de produtividade, de acordo com os especialistas, é de um resultado de 4,2 mil quilos por hectare da oleaginosa, o que equivale a pelo menos 70 sacos por hectare. Mas ainda são poucos os agricultores que conseguiram atingir este nível de adubação equilibrada. Confira dicas para melhorar o manejo do solo.
1 – Análise química do solo
O engenheiro agrônomo da SulGesso, Eduardo Silva e Silva, especialista em solo, lembra a recomendação aos produtores que plantaram durante o inverno uma lavoura de trigo ou alguma cultura de pastagem: que seja feita uma análise química para ver os níveis de nutrientes que restaram no solo.
– Geralmente é no perfil da camada de zero a 20 onde a planta se alimenta principalmente de macronutrientes, enquanto que na camada de 20 a 40 a planta busca água e micronutrientes – diz.
2 – Reposição de cálcio e enxofre
Silva diz que a soja exporta, por tonelada de grão, cerca de 17 quilos de cálcio. O especialista afirma que, se o produtor produziu quatro toneladas de grão, retirou do solo em torno de 67 quilos de cálcio por hectare que precisam ser repostos.
- Vale lembrar que a cultura de inverno também retira este cálcio. O produtor que não fez a análise, se ele tem uma expectativa de colheita de quatro toneladas por hectare, é disso que ele vai precisar de cálcio – diz ele.
Com isso, para esta mesma lógica, por tonelada de grão, são extraídos 8,8 quilos de enxofre.
– Se este produtor produziu as mesmas quatro toneladas de soja, ele estará retirando 35 quilos de enxofre do solo – afirma o especialista.
3 – Plantio da soja e do milho
O agrônomo da SulGesso salienta que se o produtor decidir no momento da semeadura que quer produzir quatro toneladas por hectare, o solo precisa estar suprido com 67 quilos de cálcio e 35 quilos de enxofre.
- O planejamento para a cultura da soja ou até mesmo do milho é parte desta lógica. Precisamos considerar que as culturas de inverno se nutrem e extraem nutrientes e se não tomarmos o cuidado de fazer uma análise do solo ou não tivermos uma ideia do que a cultura vai retirar do solo para aquela expectativa de produtividade, corremos o risco de não ter os nutrientes necessários para aquela planta que tem uma genética de alta produção, não manifestando todo seu potencial produtivo – diz.
4 – Entenda o fenótipo da soja e do milho
De acordo com Silva, o fenótipo das plantas é igual a genótipo mais ambiente, sendo este fenótipo representado pela produtividade.
- A genética (genótipo) são dez parâmetros, mas nisto não se mexe, pois as empresas têm seus mecanismos dentro da semente, mas no ambiente eu consigo mexer, e este ambiente é formado por no mínimo 52 parâmetros – diz.
5 – Ajustes de manejo do solo
Para melhorar o manejo do solo e a produtividade da lavoura, Silva afirma que o ideal é conseguir ajustar alguns parâmetros como a nutrição, o fornecimento de água e o planejamento da semeadura com itens como: época certa, espaçamento entre linhas, escolha correta da cultivar e densidade de plantas, somado à introdução da quantidade correta de nutrientes e equilíbrio químico para ter bons resultados.
– O produtor terá grande possibilidade de alcançar o alto rendimento – diz o agrônomo da SulGesso.
Fonte: SFAgro